Aumento de casos de dengue no RS pode ter relação com fenômenos climáticos

Dos 497 municípios do Estado, 466 (93,8%) enfrentam infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença

Foto: Ministério da Saúde/Divulgação

Fenômenos climáticos como o El Niño e as chuvas intensas que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses podem ter contribuído para o aumento do número de casos de dengue no Estado.

“A ocorrência de casos pode ter aumentado devido a fenômenos climáticos que tivemos – como o El Niño –, muitas chuvas e grande acúmulo de resíduos. Isso propicia ainda mais a proliferação do vetor, favorecendo altos índices de infestação e, automaticamente, de transmissão da doença”, explica o diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marcelo Vallandro.

Segundo Vallandro, todo o Estado requer atenção neste momento. “A maior incidência tem acontecido na Região Norte e Missioneira, mas a Metropolitana também já tem altos índices. De forma geral, todas as regiões têm apresentado casos. Por isso, é importante ter atenção, neste momento, a cada uma delas”, destaca.

Dos 497 municípios do Estado, 466 (93,8%) enfrentam infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Até o momento, houve 6.126 notificações de casos suspeitos da doença. Desse total, 2.915 foram confirmados e 1.909 seguem em investigação, tendo sido descartados 1.302. Foram registradas, também, duas mortes por dengue no Rio Grande do Sul. Segundo a Secretaria da Saúde (SES), nas primeiras cinco semanas de 2024, o Estado teve 17 vezes mais casos notificados e confirmados do que no mesmo período de 2023.

Outros estados também estão sofrendo com a doença. Em 2024, o Brasil já registrou mais de 392 mil casos e 54 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Até o momento, as unidades da federação com maior número de casos são Minas Gerais (135.716), São Paulo (61.873), Distrito Federal (48.657), Paraná (44.200) e Rio de Janeiro (28.327).

Ações

Segundo o governo do Estado, Eduardo Leite (PSDB) está buscando viabilizar, junto ao governo federal, a distribuição de vacinas contra a dengue no Estado. Em reunião virtual com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na tarde de quarta-feira, 07/02, Leite reforçou o pedido pelo avanço seguro e ágil da estratégia de vacinação contra a doença.

O Estado elaborou e vem executando um plano de contingência para combater a proliferação. As ações abrangem vários eixos – como disponibilização de insumos aos municípios; supervisão e apoio em treinamentos e capacitações; e aplicação de estratégias.

O plano propõe estratégias que deverão ser incorporadas e desenvolvidas pelos municípios, servindo de modelo para os planos de contingência municipais a fim de promover o fortalecimento e a efetividade das ações.

Como parte do plano de contingência, o Estado disponibilizou um sistema de monitoramento que permite acompanhar a situação por regiões e municípios. No Painel de Casos da Dengue no RS, cada gestor municipal pode consultar seu município e saber quais as melhores estratégicas a serem adotadas, conforme o nível de alerta em cada local.

Cuidados básicos com a dengue

  •  Vedar totalmente caixas d’água; 
  •  limpar calhas, retirando folhas e sujeira, para evitar acúmulo de água;
  •  limpar ralos e aplicar tela para evitar a formação de criadouros;
  •  limpar bandejas de ar-condicionado ou descartá-las;
  •  vedar totalmente galões, tonéis, poços, latões e tambores, inclusive aqueles usados para água de consumo humano;
  •  esticar lonas para evitar acúmulo de água;
  •  tratar piscinas e fontes com produtos químicos específicos;
  •  guardar, em locais cobertos, objetos como pneus;
  •  armazenar garrafas vazias com a boca para baixo;
  •  virar baldes com a boca para baixo;Aumento de casos de dengue no RS pode ter relação com fenômenos climáticos
  •  tampar vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual, renovando a água semanalmente;
  •  esvaziar os pratos dos vasos de plantas ou preenchê-los com areia;
  •  esvaziar a água acumulada na bandeja da geladeira;
  •  esvaziar a água acumulada semanalmente de algumas plantas, como espada-de-são-jorge e bromélias (que podem acumular água entre as folhas)

Principais sintomas da dengue

  •  Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias;  
  •  dor retroorbital (atrás dos olhos); 
  •  dor de cabeça; 
  •  dor no corpo; 
  •  dor nas articulações; 
  •  mal-estar geral; 
  •  náusea; 
  •  vômito; 
  •  diarreia; 
  •  manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira. 
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