Autor de homicídio em cabanha vai a julgamento

Acontece nesta quinta-feira, dia 27, o julgamento de Valtair Padilha Cavalheiro, de 54 anos, autor dos disparos e facadas que mataram Algacir Antônio da Silva Borges, então com 50 anos, em 28 de junho de 2011. O crime aconteceu no interior de uma cabanha (local de criação de cavalos), no bairro Pradel. O réu está sendo acusado de homicídio qualificado. O julgamento inicia às 9h, no Fórum da cidade, e é aberto à comunidade.

Cavalheiro e a vítima trabalhavam juntos no local há alguns anos e, em outras oportunidades, haviam se desentendido e não mantinham um bom relacionamento. No dia do crime, Borges estava acompanhado do filho, na época com nove anos de idade, que presenciou o fato. De acordo com o depoimento do garoto, o acusado se aproximou, já com a arma em punho, e teria falado apenas “agora tu vai ver”. Na sequência, começou a atirar. A vítima ainda teria tentado chamar a atenção do réu para a presença do filho no local, porém, sem sucesso.

Após o primeiro tiro ter atingido seu pai, o menino se escondeu atrás de uma árvore e observou que o réu somente parou com os disparos porque a munição do revólver havia acabado. Mesmo com a vítima já ferida e caída, Cavalheiro sacou sua faca e atingiu Borges pelas costas. O garoto correu até a casa de um amigo para telefonar para sua mãe e chamar por socorro.

O réu alegou legítima defesa e informou que, no dia do fato, ele e a vítima discutiram em razão de um galpão que havia sido desmanchado. Borges estaria com uma foice na mão – o filho da vítima informou que o equipamento estava em seu poder, após eles cortarem o pasto para os animais –, e o teria ameaçado, momento em que Cavalheiro sacou o revólver e atirou uma vez. Mesmo ferida, a vítima teria investido novamente contra ele e, para se defender, o réu teria atirado mais algumas vezes, sacado sua faca e a atingido. Ele alegou não ter visto em que partes do corpo feriu Borges e nem quantas facadas desferiu. Depois, fugiu para Farroupilha, por medo de represálias, e se apresentou na Delegacia de Polícia passados dois dias do crime, onde entregou o revólver calibre 38 utilizado por ele. Cavalheiro alegou ter jogado fora a faca.

O acusado afirmou, ainda, que não tinha intenção de matar a vítima, tendo agido apenas em legítima defesa, e que as desavenças entre eles aconteciam há cerca de dois anos, uma vez que Borges fazia fofocas a seu respeito e implicava com ele, prejudicando-o no local de trabalho.

Homicídio qualificado

O réu, conforme a sentença de pronúncia, proferida em 30 de julho de 2014, está sendo acusado de homicídio qualificado, mediante utilização de meio cruel – uma vez que foram desferidos diversos golpes de faca, inclusive na região do pescoço –, e de prática de crime com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que o denunciado desferiu tiros nas costas e inúmeros golpes de faca, todos com a vítima desarmada e sem chance para se defender.

A defesa de Cavalheiro recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça, alegando que ambas as qualificadoras deveriam ser afastadas e que o réu teria agido em legítima defesa, razão pela qual a execução do crime não poderia ser considerada cruel. Tampouco poderia ser dito que houve recurso a dificultar a defesa da vítima. O recurso, no entanto, foi negado.

 

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