Autora de disparo em jogador de rugby é condenada a 20 anos de prisão

A jovem Franciane Beltrame, de alcunha Fran, 18 anos de idade, autora do disparo que vitimou o jogador de rugby Lucas Ricardo Mariuzza, então com 21 anos de idade, foi condenada a 20 anos de prisão e 30 dias-multa, em regime fechado. A decisão foi decretada no dia 4 de abril, pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo. Ainda cabe recurso da decisão.

O crime ocorreu no dia 19 de agosto de 2015, por volta da 0h20, na rua Domingos Rubechini, bairro Fenavinho. Segundo depoimento da acusada, ela foi procurada pela vítima para fazer um programa sexual. Após o ato, Mariuzza teria se negado a pagar o valor combinado. Eles discutiram, ela sacou um revólver calibre 38 – estaria portando arma pois já tinha sido vítima de abuso sexual e estaria com medo – e apontou para o jogador para assustá-lo, momento em que a arma teria disparado acidentalmente e acertado o rosto do atleta, próximo ao olho direito. Franciane, então, pegou a carteira que o jovem segurava na mão e fugiu em direção ao bairro Eucaliptos.

Mariuzza foi socorrido com vida e conduzido ao Hospital Tacchini, onde permaneceu internado até o dia 4 de dezembro, quando não resistiu aos ferimentos e morreu. A jovem foi presa poucos dias após o crime, em uma casa no bairro Planalto, e permanece recolhida no Presídio Estadual de Bento Gonçalves.

No dia do crime, segundo testemunhas ouvidas na polícia e na Justiça, a ré havia usado crack e também estava embriagada. Ela teria, inclusive, pouco antes do crime, atirado para o alto, para mostrar que estava armada. Franciane acabou subtraindo da vítima cerca de R$ 80, que teriam sido gastos para comprar crack. A carteira do atleta, conforme a acusada, foi jogada em um bueiro e a arma em um mato nas proximidades.

Para a juíza, Mariuzza não teria se negado a pagar o acordo feito entre eles. “Soa estranha à versão de Franciane, no sentido de que Lucas se negara a pagar pelo programa sexual realizado, já que, segundo por ela referido – tanto na fase policial, como em Juízo –, no momento do disparo, o ofendido estava com a carteira na mão; ora, se não pretendia Lucas pagar nada a Franciane pelo ato, por qual motivo estaria ele segurando a carteira?”, observa. “Em sentido contrário à versão da acusada – de que o tiro foi desferido de maneira acidental –, há o relato de um policial civil, esclarecendo que revólveres de calibre 38 – indicado pela própria, como o usado na oportunidade – dificilmente disparam sem que se acione intencionalmente o gatilho, que, portanto, não é sensível”, complementou.

Para a juíza, ficou claro que Franciane, ao sacar a arma que portava, direcioná-la a Mariuzza e acionar o gatilho, agiu com o intuito de roubar a carteira, e não somente fazê-lo entregar os R$ 30, valor cobrado pelo suposto ato sexual por ela praticado. 

Fotos: Katiane Cardoso/Arquivo SERRANOSSA e João Paulo Mileski/Arquivo SERRANOSSA

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