Bagunça em dose dupla
Há um ano, Eliane Marques estampou as páginas do SERRANOSSA. Na época com um barrigão de quase nove meses, ela se dizia ansiosa pela chegada de gêmeos logo em sua primeira gestação. Davi Lucca e João Vitor vieram ao mundo menos de duas semanas depois da publicação da reportagem e cerca de 15 dias antes do previsto pelos médicos. Eliane e o marido, Fábio Hubner, mal sabiam que o imprevisto era apenas a primeira das bagunças que a duplinha traria para a rotina deles. “Nossa vida mudou completamente, é algo que não se consegue explicar: chegar em casa depois de um dia difícil e ver aqueles rostinhos faz a gente esquecer qualquer problema. É uma sensação de amor indescritível”, emociona-se Eliane.
Davi Lucca foi o mais apressado. A bolsa de Eliane rompeu por volta das 7h do dia 17 de maio de 2012. Duas horas depois, o trabalho de parto começou. Ele nasceu às 11h04, de forma natural, pesando 2,750kg. João Vitor, porém, achou que ainda não estava na hora de sair do útero. Depois de uma hora de indução, sem sucesso, os médicos optaram pela cesariana. Ele nasceu exatamente uma hora depois do irmão, às 12h04, pesando 2,320kg. “Foi intenso e diferente desde o início. A minha obstetra disse que em 35 anos de medicina nunca tinha visto dois partos tão distintos de gêmeos”, conta Eliane, jurando que não lembra da dor do parto normal e nem dos incômodos nos dias seguintes à cesárea.
A rotina dos pais virou de ponta-cabeça desde então. Eliane ficou cinco meses em casa – quatro de licença-maternidade e um relativo a férias acumuladas – tempo durante o qual sua mãe e sua sogra se revezaram na ajuda. Ambas moram em São Borja e permaneciam cerca de um mês cada uma em Bento para auxiliá-la. “O começo foi o mais complicado. Não sabíamos o que fazer e, quando tomávamos uma atitude, vinha a insegurança. Pobre pediatra…”, diverte-se.
Depois que Eliane voltou a trabalhar, os gêmeos foram matriculados em uma escola municipal infantil. “Nossa rotina é uma adaptação constante. Acordamos às 6h e a ordem das atividades depende de qual dos bebês, quando não ambos, está acordado. Banho, fralda, café da manhã e às 7h eles vão para a escola, onde permanecem até as 18h. Quando eu chego do trabalho, uma hora depois, é normal encontrar o Fábio deitado no chão com os dois pulando em cima dele e brinquedos por todos os lados”, detalha. À noite, a rotina inclui janta, banho e hora de dormir, tarefas divididas pelo casal. “Normalmente eu coloco a panela com a comida para esquentar e, enquanto isso, eu dou banho em um deles e o Fábio distrai o outro e vice-versa. Depois que eles dormem – nunca antes das 21h30 – tentamos arrumar a casa e ajeitar as coisas para o dia seguinte. A faxina pesada fica sempre para o domingo e a bagunça é grande, mas não sabemos o que faríamos da vida sem eles. Somos muito mais completos hoje”, conta Eliane.
Às vésperas de comemorar o primeiro ano de vida da dupla, a mãe coruja diz que os bebês têm personalidades bem distintas. “O Davi é mais dorminhoco mas, quando acordado, adora uma agitação. Tem paixão por mexer em tudo e o meu cabelo e o do irmão são prioridade absoluta. Não podemos passar por ele sem levar um puxão”, conta. Já João Vitor é mais calmo e detalhista, chega a passar bastante tempo analisando um brinquedo sem se agitar, segundo Eliane. “Em compensação, quando fica brabo, é muito mais difícil acalmá-lo”, detalha. Fábio e Eliane não pretendem ter mais filhos. “Sempre tive medo de ter um filho só em função da solidão que ele sentiria. Como Deus nos abençoou com dois, acredito que esteja de bom tamanho. Até porque não é só apenas a bagunça que é dobrada, os gastos também”, brinca.
Reportagem: Greice Scotton
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