Base resgatada e novas perspectivas de receita

É indisfarçável no semblante do presidente do Esportivo, Luis Delano Oselame, a frustração por uma gestão longa e desgastante que não conseguiu deixar o clube na primeira divisão. O desapontamento pelo insucesso nas quatro linhas, contudo, é minimizado quando a pauta da análise dos quase quatro anos de mandato passa a ser categorias de base. O presidente que assumiu o clube sem base entregará o cargo, em dezembro, com cinco categorias abrangendo meninos de 7 a 17 anos. 

São 110 crianças e adolescentes distribuídos na Sub-9, Sub-11, Sub-13, Sub-15 e Sub-17. Somente a última é formada a partir de avaliação técnica. Todas as demais funcionam como uma escolinha, em que o aluno paga a mensalidade para participar. O número ainda é pequeno se comparado, principalmente, ao período entre 2004 e 2008, quando a base do alviazul chegou a contabilizar aproximadamente 700 alunos. Mesmo assim, o resgate que iniciou efetivamente em 2012 – no ano anterior as categorias menores chegaram a ser reativadas, mas tiveram descontinuidade em função das despesas – é bastante valorizado por Oselame, que encara como um investimento o sacrifício financeiro – somente a equipe Juvenil (Sub-17) custa aproximadamente R$ 20 mil mensais – para reconstruir e manter as categorias menores. “Claro que é um custo para o clube, difícil de ser mantido. Tem refeições, alojamento, os profissionais, e o faturamento é baixíssimo. Esse é um dinheiro que deixamos de investir no profissional, é um recurso que entra no único caixa do clube e a gente divide entre a base e o profissional. No entanto, não é muito difícil de ver que é um custo que vale à pena ser assimilado, porque se transforma em investimento. No futuro, se você não conseguir negociar ninguém, vai ter no mínimo atletas para complementar o grupo principal e também mais pessoas vinculadas ao clube, porque passaram por ali. Mesmo que não se transformam em atletas, de alguma forma criam vínculos com o Esportivo. Ou seja, uma vez que você corta as categorias de base, como nós encontramos, perde-se em vários pontos, perde neste vínculo com a comunidade, que foi um grande pecado que o Esportivo cometeu por muitos anos seguidos, perde a possibilidade de ter atletas com um custo baixo para compor parte do grupo, e, porventura, algumas negociações que podem colocar o Esportivo em um patamar diferente”, ressalta.

Os primeiros frutos do esforço para a reconstrução das categorias menores já estão sendo colhidos. Em 2014, o clube voltou a negociar um atleta após duas décadas. Destaque da equipe Sub-17 na disputa do Campeonato Gaúcho, o volante Leonardo Fernandes Reichert foi cedido ao Grêmio em troca de 40% da quantia que será obtida após a primeira venda. O mesmo time Juvenil de 2014 revelou o meia Kelvin, promovido à equipe principal com apenas 16 anos e que ratificou competência durante a última Divisão de Acesso. O Esportivo já foi procurado por dois clubes da Série A do Brasileiro interessados no meia e, tudo indica, concretizará uma nova negociação em breve.

Os pais interessados em inscrever os filhos na escolinha do clube devem comparecer no Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos com documento e atestado médico. A matrícula custa R$ 60 e dá direito ao material de treino. Já a mensalidade custa R$ 50. Todas as categorias disputam amistosos e competições ao longo do ano. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3452 2165.   

 

*Atualizado às 10h08 de 3/07. 

 

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

Instagram: @serranossa

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.