Bebê salvo de helicóptero durante enchente no RS morre um ano após o resgate
Anthony Miguel da Rocha, de 1 ano e 6 meses, gauchinho símbolo da enchente de maio de 2024, morreu em decorrência de uma bronquiolite

Anthony Miguel da Rocha, o bebê gaúcho que comoveu o Brasil ao ser resgatado de helicóptero do telhado de uma casa alagada no Vale do Taquari, morreu nesta quarta-feira (7). Ele tinha 1 ano e 6 meses.
Na terça-feira (6), a mãe, Natasha Becker, havia informado pelas redes sociais que Anthony estava internado na UTI com infecção generalizada. O quadro se agravou rapidamente. O menino foi diagnosticado com bronquiolite. Apesar dos esforços da equipe médica, ele não resistiu.
Anthony Miguel ficou conhecido nacionalmente após ser salvo por militares do 2º Batalhão de Aviação do Exército (2º BAvEx), no dia 3 de maio de 2024, durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. A imagem do resgate, feito por helicóptero, viralizou nas redes e emocionou o país.
Na ocasião, a água já havia atingido o teto da casa onde a família morava, em Cruzeiro do Sul. Natasha, Anthony e outros parentes passaram três dias ilhados no telhado.
Eles só conseguiram sair após a chegada da equipe do Exército. A tragédia destruiu completamente o que a família tinha. Eles perderam a casa, os móveis e o carro.

O velório de Anthony Miguel ocorre na Capela B das Câmaras Mortuárias de Cruzeiro do Sul. O sepultamento está marcado para as 10h30 desta quinta-feira (8), no Cemitério Católico Particular da cidade.
Em uma despedida comovente nas redes sociais, Natasha escreveu:
“Hoje, sem sombra de dúvidas, é o pior dia da minha vida. Terei que me despedir da pessoa mais importante que tive. Deus levou a pessoa que mais amei nesse mundo. Estou sem chão.
Não sei como vou chegar em casa, ver suas coisas e não te ver. Como vou ser forte o suficiente para saber que nunca mais vou ouvir ‘mamãe, mamãe’? Estou aqui me culpando de tudo: o que podia ter feito diferente, como sua passagem aqui poderia ter sido melhor se eu tivesse feito certas coisas…
Como vou dormir e acordar e não te ver? Qual o motivo que vou ter para levantar da cama todos os dias sem o seu ‘bom dia’?
Tem tantas coisas que estão passando na minha cabeça. Dentre elas, a de que falhei na missão de mãe. Nenhuma mãe deveria enterrar um filho. Se eu pudesse, com certeza estaria no seu lugar.
Mas infelizmente não posso. Nada vai tirar essa dor do meu peito. Só de lembrar desse seu sorriso lindo… Todos os dias você já acordava faceiro.
Só me resta uma certeza: vou te amar pra sempre, passe o tempo que for.
Me desculpa por não ter conseguido ser tudo o que você precisou.” — escreveu Natasha Becker.