Bebidas alcoólicas podem ser comercializadas, esclarece governador

O último decreto estadual que estabelece novas medidas para conter a a contaminação pelo Coronavírus tem gerado uma série de dúvidas. A partir do documento, fica proibida a venda de produtos não essenciais em supermercados e farmácias (estabelecimentos autorizados a abrir), o que abrange aqueles ligados à alimentação, à saúde e à higiene da população. A medida passa a valer na segunda-feira, 08/03. Mas quais são esses produtos? 

Uma das principais dúvidas, referente à comercialização de bebidas alcoólicas, foi esclarecida pelo governador Eduardo Leite nas redes sociais: "As bebidas em geral estão dentro do item alimentação e podem, sim, ser comercializadas", afirmou Leite neste sábado, 06/03.


 

A autorização da venda de outros itens, como velas, cigarros, flores e produtos como baldes e panos ainda não foi esclarecida. Diante disso, o presidente da Associação Gaúchas de Supermercados (AGAS), Antônio Cesa Longo, enviou uma nota ao governador solicitando detalhes e flexibilizações.

"Uma vela, para quem tem energia em casa, não é essencial. Mas para quem vive no escuro, é fundamental até para manter as pessoas desta família em casa. Um caixa de fósforos é essencial para quem não tem fogão com acendimento automático; baldes, panos e borrifadores plásticos podem ser essenciais para contribuir com a higienização e sanitização dos espaços, tão importantes neste momento; potes plásticos, em um momento em que as pessoas devem evitar a recorrência de visitas aos supermercados, são fundamentais para armazenar e estocar alimentos", citou Longo.

Na nota, o presidente da AGAS ainda solicita que o governador autorize a venda de flores no dia 08/03, Dia da Mulher. "Seria importante iniciarmos a proibição da venda deste produto dia 9/3, evitando desperdícios e até possíveis aglomerações de pessoas nas áreas de dejeto dessas flores, caso elas sejam descartadas", reitera.

Confira a nota na íntegra:

Prezado Sr Governador, ao reforçar que continuaremos seguindo seu comando para contermos o vírus no RS e reconhecer seu trabalho incansável e a dedicação de sua equipe na busca de alternativas, gostaríamos de propor a seguinte reflexão referente ao Decreto publicado ontem:

– O setor de Bazar representa 2% do faturamento dos supermercados, não há problemas em não vendermos. Entretanto ele ocupa 9% da área de vendas por seu volume, muitos supermercados não têm espaço no estoque para retirar estes itens das gôndolas. Solicitamos autorização para vedarmos o acesso dos clientes com fitas, faixas e avisos.

– Solicitamos imediatamente aos associados a cessão das vendas de eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis. Mas tecnicamente não encontramos definição para quais outras categorias são essenciais e não essenciais. Leis federais e o próprio Código de Defesa do Consumidor só nomeiam as atividades.

– Ilustramos nossa dúvida com os seguintes exemplos: uma vela, para quem tem energia em casa, não é essencial. Mas para quem vive no escuro, é fundamental até para manter as pessoas desta família em casa. Um caixa de fósforos é essencial para quem não tem fogão com acendimento automático; baldes, panos e borrifadores plásticos podem ser essenciais para contribuir com a higienização e sanitização dos espaços, tão importantes neste momento; potes plásticos, em um momento em que as pessoas devem evitar a recorrência de visitas aos supermercados, são fundamentais para armazenar e estocar alimentos; e neste sentido poderíamos apresentar outras centenas de exemplos.

– Estamos abastecidos de flores para o Dia da Mulher. Seria importante iniciarmos a proibição da venda deste produto dia 9/3, evitando desperdícios e até possíveis aglomerações de pessoas nas áreas de dejeto dessas flores, caso elas sejam descartadas.

O setor de supermercados é um aliado do Governo do Estado e do povo gaúcho nesta guerra inglória que todos estamos travando. Estamos abertos ao diálogo e a ceder tanto quanto necessário, mas permitimo-nos contribuir com a visão de quem vive o dia a dia das lojas e precisa manter nossa população abastecida, evitando um caos ainda maior. Solicitamos o bom senso nas fiscalizações do cumprimento deste novo Decreto.

As empresas do setor já constituíram hospitais e estão dispostas a contribuir com a aquisição de vacinas, quando for o momento.

Desejamos boa sorte ao governador Eduardo Leite e sua laboriosa equipe, reforçando que somos soldados do seu exército.

Respeitosamente,
Antônio Cesa Longo
Presidente AGAS