O aumento foi incluído no mesmo projeto que previa reajuste nos salários dos servidores públicos municipais
Na sessão ordinária da última segunda-feira, 17/04, a Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves aprovou, por maioria (15×02), o projeto de lei 42/2023, que garante o reajuste de 8,02% dos salários dos servidores públicos municipais. Porém, o que causou polêmica na sessão foi a inclusão, no mesmo projeto, de aumento do salário do prefeito, do vice-prefeito, dos secretários municipais e dos vereadores em 7,23%. Rafael Fantin, o Dentinho (PSD), e Agostinho Petroli (MDB) foram os únicos a votarem contra a matéria.
Bruto, agora, o salário de Diogo Siqueira (PSDB) será de R$ 21.924,34. O salário de Amarildo Lucatelli (PP) passará a ser de R$ 15.347,03. Secretários municipais vão receber R$ 10.962,17 – adjuntos receberão R$ 6.472,35. No caso dos vereadores, o atual presidente, Rafael Pasqualotto (PP), por ocupar o cargo, terá como salário mensal bruto R$ 15.347,02, e os demais parlamentares terão o salário de R$ 10.962,16.
Dentinho e Petroli apresentaram emendas ao PL para que o reajuste da classe política fosse votado separadamente. Contudo, Pasqualotto afirmou que isso iria contra o regimento interno da Casa, visto que as emendas não foram avaliadas pelas Comissões. O presidente, porém, abriu para votação se as emendas deveriam ser incluídas ao projeto. Apenas quatro vereadores votaram a favor: Dentinho, Petroli, Edson Biasi (PP) e Duda Pompermayer (União).
Discussão
Anderson Zanella (PP) afirmou que, ao negarem o reajuste, os vereadores estavam praticando “demagogia política”. “Enquanto nós desmerecemos o nosso próprio trabalho não aceitando o reajuste da inflação, nós não estamos valorizando o nosso trabalho. Enquanto achamos que o problema da política está no salário dos agentes, nós estamos tapando o olho para a corrupção. Agentes políticos devem ser bem remunerados sim. Por que não? Desempenhamos uma função muito importante”, afirmou.
Dentinho criticou a forma que o projeto chegou ao Legislativo. Segundo ele, anteriormente, eram dois projetos: um prevendo o aumento de salário dos servidores de carreira e outro dos entes políticos. “No meu entendimento, julgar o reajuste onde toca a mim decidir o meu rendimento é legislar por causa própria. Infelizmente, não concordo com o projeto, mesmo estando de acordo com o reajuste dos demais servidores de carreira”, disse.