Bento-gonçalvense fala da emoção de participar de uma paralimpíada

Quanto tempo leva para a concretização de um sonho? O que é preciso para alcançar o seu grande objetivo profissional? As repostas para essas perguntas o bento-gonçalvense Luciano Possamai sabe bem. Foram 13 anos dedicados ao esporte paralímpico, com estudos, treinamentos, inúmeras competições, vivências com atletas e abdicação de momentos em casa e com a família, para, finalmente, poder estar, atuar, trabalhar e viver uma Paralímpiada.

Ainda em êxtase com os jogos Rio 2016, que aconteceram entre os dias 7 e 18 de setembro, o educador físico contou que atuou como coordenador técnico da seleção paralímpica de tênis de mesa. No seu comando, 17 atletas, quatro técnicos, um fisioterapeuta e dois staffs, que trabalharam duramente para conquistar o maior número de medalhas da modalidade: uma prata e três bronzes. “Este resultado foi maior que a nossa expectativa. Imaginávamos que conquistaríamos duas”, comenta Possamai, que antes, durante e até depois dos jogos era o responsável, dentre outras coisas, por organizar a logística da delegação, entrevistas para a imprensa, coordenar o auxílio dos atletas, uniformes e treinos.

Possamai conta que o evento foi muito bem organizado e que as falhas foram irrelevantes diante da grandiosidade da paralímpiada. “Entendemos que a divulgação foi maior, que a participação do público foi sensacional e que o esporte paralímpico foi mais valorizado”, afirma. Ele ainda comenta que dentro da vila olímpica, bem como no prédio onde os atletas ficavam hospedados, o contato com profissionais de outras modalidades e de outros países proporcionou intensa troca de experiências.

Para o bento-gonçalvense, mais do que alegria de participar da mais importante competição do esporte, foi uma realização profissional. “Eu me preparei intensamente nos últimos três anos exclusivamente para a paralímpiada. Abri mão de muita coisa, especialmente de estar em Bento ao lado da família e amigos. Mas valeu tudo a pena. Foi uma experiência inesquecível”, revela.

Nos próximos três meses, o bento-gonçalvense irá descansar e analisar as propostas que surgiram após sua atuação nas paralimpíadas. Uma delas, inclusive, é para comandar o centro de treinamentos paraolímpicos, recém-inaugurado, em São Paulo.

Incentivo em Bento

Conhecido por treinar por dez anos a atleta bento-gonçalvense de tênis de mesa, Rosângela Dalcin, Possamai relata que as modalidades paraolímpicas em Bento andam a passos lentes na cidade, mas que, com planejamento e apoio, poderiam incentivar e promover novos atletas. “Bento Gonçalves tem muitos deficientes físicos que, com bons projetos, podem ter a possibilidade de terem acesso ao esporte para, até, melhorarem a qualidade de suas vidas”, comenta Possamai.