Bento-gonçalvense percorre 235km a pé em oito dias

O comissário de polícia bento-gonçalvense Giovani Costa, de 49 anos, completou no último dia 27 uma das maiores aventuras de sua vida: ao lado de uma equipe de apoio e outros quatro participantes, ele percorreu 235 quilômetros a pé, entre a praia do Cassino, em Rio Grande, e o Chuí.

O trekking foi realizado na modalidade apoio, ou seja, empresas especializadas deram suporte de acampamentos, refeições e água durante a travessia.


 

O desafio iniciou no dia 20/01, com média diária de 30km por dia, e encerrou no dia 27/01. No mesmo grupo estavam o médico pelotense Rafael Luz, de 43 anos, a servidora pública Cleudir Bortolotto de Assis, de 55 anos, de Blumenau-SC, e Neto Orlando, paraquedista de São Paulo. “Durante a aventura, caminhávamos algumas vezes na companhia um do outro, mas, em grande parte, o trekking era feito sozinho, então havia muito tempo para apreciar a paisagem, tanto na praia quanto nas dunas”, relata ele, que descreve como um dos momentos mais marcantes da travessia a passagem pelos conchais – mais de 20km de praia composta por conchas moídas.

DIFICULDADES E TRISTES
CONSTATAÇÕES

A jornada, porém, não foi apenas de boas paisagens e experiências. “Todos os dias caminhamos embaixo de um sol escaldante. Também tivemos o nosso acampamento atingido por um ciclone vindo do mar, com fortes ventos e tempestade de raios. Alguns sofreram com lesões, principalmente nos pés.

Além disso, pudemos observar como estão nossas praias, a ponto de encontramos grande quantidade de lixo, como garrafas e latas, oriundas do Japão, China, Tailândia, etc”, lamenta.


 

Outra triste constatação da travessia, segundo Giovani, foi a grande quantia de animais marinhos mortos na praia. “Vimos baleia, doninhas, diversos peixes pequenos e tartarugas mortos. Muitos deles, principalmente as tartarugas, perdem a vida por ficarem presos nas redes de pescadores”, conta.



 

BOAS LEMBRANÇAS
No entanto, Giovani quer guardar na memória dias de superação e o sentimento de felicidade ao concluir uma das maiores jornadas de sua vida – até hoje. “Já tinha feito a trilha Inka no Peru, a travessia dos Lençóis Maranhenses, parte do circuito Torres Del Payne no Chile, dentre outras, mas esta foi a mais longa. Quis testar meus limites. No final fiquei muito emocionado e lembrei da família e dos amigos, afinal tinha passado todos esses dias sem qualquer contato com eles, e muito feliz por ter conquistado o desafio. Faria tudo novamente!”, completa.