Bento Gonçalves terá serviço de oncomama
O Hospital Tacchini prepara-se para implantar o serviço de oncomama, um conjunto de melhorias que permitirá intensificar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento ambulatorial de pacientes com câncer de mama. A medida busca alternativas para frear o aumento contínuo nos índices da doença – em Bento Gonçalves é a maior causa de morte entre mulheres – e deve entrar em funcionamento a partir 2014, beneficiando 76 mil mulheres moradoras de 22 cidades da região, que realizam consultas em Bento.
O serviço oferecerá ambulatório para consultas, orientações e acompanhamento; quimioterapia e/ou radioterapia e tratamento clínico ou cirúrgico, de acordo com as necessidades de cada paciente. Exames para diagnóstico ou monitoramento da doença, como laboratoriais, mamografia e ecografia mamária, também estarão disponíveis. “O que muda em relação ao que é oferecido atualmente é que haverá um serviço organizado e integrado por equipes de várias especialidades, que atenderá os pacientes através de um processo continuado e, consequentemente, de forma mais ágil”, esclarece o superintendente-geral do Hospital Tacchini, Armando Piletti.
Para o oncomama entrar em funcionamento, o primeiro passo é a instalação de um mamógrafo digital, que será adquirido com verba federal ao custo de aproximadamente R$ 700 mil. O equipamento de tomossíntese é semelhante ao utilizado hoje em exames de mamografia e complementará a prevenção, já que através dele são obtidas múltiplas imagens da mama. O Tacchini já conta com dois aparelhos desse tipo, porém, analógicos. Outras tecnologias também devem integrar a iniciativa, como equipamentos destinados à ecografia.
Câncer em Bento
Segundo um levantamento do Setor de Epidemiologia de Bento Gonçalves, o câncer de mama é a neoplasia que mais mata mulheres no município – hoje, a cada 100 mil habitantes, 128 morrem em função da doença. O índice poderia ser ainda maior se não houvesse a oferta de 700 mamografias gratuitas por mês. Os exames são custeados pela secretaria municipal da Saúde e permitem a detecção e o tratamento precoce, reduzindo significativamente o risco de morte.
No último dia 25, a mastologista Cídia Mazzoccato esclareceu dúvidas sobre o tema em uma palestra no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC). A ação integrou o lançamento do projeto “De peito aberto” – iniciativa que pretende angariar recursos para a manutenção da sede do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) de Bento Gonçalves, com a venda de camisetas da Hering Store.
A precocidade do tratamento foi destacada por Cídia como a única forma de aumentar as chances de cura para 99% e evitar que seja necessário retirar a mama. Na opinião da especialista, a nova lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a reconstruir o seio logo após a cirurgia não faz muito sentido. “Cada caso é único. Preferimos deixar esse procedimento para mais tarde e não correr o risco de atrapalhar o tratamento”, afirma.
Dicas de saúde
*Toda mulher deve fazer o autoexame mensalmente, uma semana após o término da menstruação. As que não menstruam devem estipular um dia no mês.
*A hereditariedade influencia a probabilidade de desenvolver a doença. Caso não seja conhecida, é preciso investigar a causa da morte de familiares de 2ª e 3ª geração (avós e bisavós).
*O álcool é o um dos principais fatores de risco: quem bebe diariamente tem 30% mais chance de desenvolver câncer de mama.
*Mulheres que engravidam depois dos 30 anos correm mais risco de desenvolver câncer de mama.
*A obesidade é uma das grandes vilãs. É preciso manter a taxa de gordura baixa, praticar atividade física e ter uma alimentação saudável.
*O ideal é fazer mamografia uma vez ao ano após completar 40 anos. Porém, se houver histórico familiar, é indicado começar dez anos antes.
*Infelizmente, todas as mulheres correm o risco. Homens também podem desenvolver esse câncer.
*É preciso diminuir os níveis de estresse. Ele bombardeia nosso corpo com células cancerígenas.
*Nem sempre é preciso retirar a mama.
Fonte: mastologista Cídia Mazocato
Reportagem: Priscila Boeira
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