Bento receberá cerca de 2 mil doses da Janssen na segunda

Na segunda-feira, 28/06, Bento Gonçalves receberá a primeira remessa da vacina da Janssen. Serão 2.080 doses destinadas ao município, juntamente com 2.150 da CoronaVac e 1.578 da Pfizer. Conforme a secretária municipal de Saúde, Tatiane Fiorio, as novas doses serão utilizadas para dar seguimento à vacinação por idade – que nesta sexta-feira, 25/06, chegou às pessoas de 48 e 49 anos – além da imunização de grupos prioritários elencados no Plano Nacional de Imunização. Os próximos serão os trabalhadores da indústria e, na sequência, os trabalhadores da limpeza urbana. 

A vacina da Janssen apresenta características diferentes daquelas que já vinham sendo aplicadas no Brasil. A primeira dela diz respeito à dosagem. As vacinas devem ser aplicadas em dose única, de 0,5 ml. Os fracos com as doses devem ser armazenados entre 2°C e 8°C, protegidos da luz. “O prazo de validade é de três meses. Após a abertura e retirada da primeira dose, o frasco pode ser conservado entre 2°C e 8°C, por até seis horas”, informa a infectologista do Hospital Tacchini, Nicole Golin. 

A eficácia dela, conforme anunciado pela própria farmacêutica em janeiro, é de 66% para casos leves e moderados e 85% para casos graves. “Não houve eficácia calculada de proteção contra mortes, porque o número de óbitos foi muito baixo”, explica a infectologista. 

Tecnologia da Janssen

Semelhante à vacina de Oxford/AstraZeneca, a Janssen é baseada na tecnologia do vetor viral não replicante. Nesses casos, é utilizado um adenovírus (tipo de vírus que causa resfriado comum) que é modificado geneticamente, a fim de não se replicar e não causar resfriado. “Para produzir a vacina, o pedaço do Sars-CoV-2 responsável pela ligação do vírus às células do corpo humano é colocado dentro do adenovírus”, revela Nicole. “Ao ser vacinado, o corpo detecta essa parte do vírus e cria uma resposta protetora. Dessa forma, ao entrar em contato com o vírus verdadeiro, o organismo já estará preparado para combatê-lo”, continua. 

Questionada sobre o motivo de a vacina ser aplicada em dose única, a infectologista afirma se tratar de “um segredo industrial da empresa”. 

Efeitos colaterais

Ainda segundo Nicole Golin, os estudos de fase 3 apontaram que a taxa de registro de efeitos adversos da vacina da Janssen foi menor que as demais. “Ao todo, 48,6% dos participantes reportaram efeitos leves, como dor no local da aplicação (o mesmo efeito foi sentido por 71% dos vacinados com Coronavac e 78% na segunda dose da Pfizer). O segundo efeito colateral mais frequente foi dor de cabeça, com 38,9%. Apenas 0,4% relataram eventos adversos com necessidade de hospitalização”, informa. 

Importância da vacina

A infectologista do Hospital Tacchini ressalta que não há maior ou menor importância entre as vacinas que estão sendo aplicadas no país. Para a médica, o ponto chave é ter cada vez mais pessoas imunizadas, em um menor tempo possível. “Quanto mais doses disponíveis, melhor. Somente quando alcançarmos 80% da população vacinada poderemos pensar em voltar com segurança às atividades no mesmo ritmo que estávamos antes da pandemia”, pontua. 
 

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