Bento sedia congresso de agricultura sustentável
De 6 a de 10 de agosto, Bento Gonçalves será sede da 6ª edição do “InternationalCrop Science Congress (ICSC)”, que acontece no Parque de Eventos. Será a primeira vez que o evento ocorrerá na América Latina. Entre os temas que estarão em pauta nos 25 workshops está o desafio dos pesquisadores da área agrícola em obter recursos do solo de maneira sustentável, respeitando as condições climáticas do planeta e os recursos naturais. Presentes à discussão, cientistas, pesquisadores e professores vindos da Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, México e Nigéria. O objetivo é encontrar formas eficientes de aumentar a produção agrícola sem impactar nos escassos recursos renováveis.
A 1ª edição do evento ocorreu na cidade de Ames, localizada em Iowa, nos Estados Unidos. Outras edições ocorreram na Índia, Alemanha, Austrália e Coreia do Sul. De acordo com o presidente do evento, Antonio Costa de Oliveira, a escolha do local se deu pelas boas condições de infraestrutura do município e pela proximidade com Porto Alegre. “Quando fui nomeado presidente do evento, optei por escolher uma cidade no Rio Grande do Sul, já que sou gaúcho. Bento foi a que apresentou melhores condições”, conta.
A área de pesquisa agrícola está em constante expansão, segundo Oliveira. Uma das grandes preocupações dos pesquisadores é oferecer condições para que não falte alimento para a população. A estimativa é que em 2050, o planeta tenha mais de nove bilhões de habitantes. Com a diminuição das reservas de combustível fóssil, os produtos agrícolas estão sendo cada vez mais utilizados como matéria-prima para a geração de energia, o que reduz o espaço do cultivo de alimentos para a população.
Segundo Oliveira, a ciência pode contribuir nesse cenário na medida em que se propõe a desenvolver plantas mais nutritivas, resistentes às mudanças climáticas e às pragas e que utilizem menos água no cultivo, preservando, assim, os recursos hídricos. Este desafio se une a outros esforços para a redução do desperdício de comida, o que inclui desde melhorias nas condições das estradas para diminuir as perdas com transporte até a conscientização e educação para que as pessoas coloquem no prato apenas o que irão comer.
Atualmente, o Brasil é líder em produção agrícola (primeiro produtor de etanol e segundo de soja), além de possuir uma das maiores áreas de plantio direto do mundo (cerca de 25 milhões de hectares). Durante a Rio + 20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no último mês de junho, foram divulgados dados sobre o cultivo de alimentos no Brasil: a produção de grãos do país deve aumentar 51% até 2030. No entanto, como previsto por pesquisadores, a área de cultivo não deve ter um crescimento considerável. “O investimento em pesquisa é o caminho para tornar-nos produtores de alta qualidade”, observa Oliveira.
Ele explica que a realização do ICSC no Brasil permitirá intercâmbio entre especialistas de outros países, o que contribui para a evolução da área no país. Segundo ele, os pesquisadores brasileiros já avançaram muitos postos no ranking de produção científica nos últimos anos. “Hoje o Brasil já tem grupos fortes de trabalho em cana-de-açúcar, soja e eucalipto”, exemplifica.
Saiba mais
Mais informações sobre o evento podem ser conferidas no site www.6icsc.com.br, disponível nos idiomas inglês e português.
Reportagem: Carina Furlanetto
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