Bento tem 34 casos de tuberculose por ano

Tosse seca por mais de três semanas, fraqueza, perda de apetite, suores noturnos, dores no peito, nas costas, febre baixa (geralmente no final da tarde) e escarro com sangue, podem ser sinais de tuberculose. O diagnóstico da doença é simples e o tratamento é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas para que o número de casos, que hoje chega a 34 por ano em Bento Gonçalves, diminua, é importante que os pacientes iniciem de forma imediata e sigam o tratamento até o final.

Dos casos registrados em Bento, a média é de duas mortes por ano, apesar de, nos últimos cinco anos, ter sido registrada queda no número de óbitos relacionados a doença. “Outro aspecto importante da doença em Bento Gonçalves, é que cerca de um terço dos pacientes com tuberculose pulmonar residem nas periferias urbanas, em áreas consideradas como sendo de risco social. As precárias condições de moradia com a aglomeração de pessoas e a existência de outros problemas de saúde, como o alcoolismo e a desnutrição, contribuem para aumentar a chance de transmissão do bacilo e o adoecimento das pessoas residentes nestas áreas”, destaca José Antônio Rodrigues da Rosa, enfermeiro sanitarista e coordenador do setor de Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde (SMS). Ele ainda descreve que a taxa de mortalidade relacionada com a doença é considerada baixa, se comparada com os altos índices de cura, em torno de 85%, aceitáveis na avaliação do Ministério da Saúde.

“A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch, cientificamente chamado de Mycobacterium Tuberculosis. Ela afeta principalmente os pulmões (forma pulmonar), mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo (forma extrapulmonar), como meninges (membranas que envolvem o cérebro), ossos, rins, olhos, intestino, pele, trompas e útero, testículos e outros”, explica.

A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, através do ar. “A fala, o espirro e a tosse de um doente de tuberculose pulmonar bacilífera são as principais formas de transmissão. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo bacilífero poderá infectar, em média, de 10 a 15 pessoas”, descreve o coordenador.
 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da doença é realizado em toda a rede de atendimento de saúde da cidade e de forma gratuita. “A tuberculose pulmonar é diagnosticada através do exame de escarro e do raio-x de pulmões. Todas as unidades de saúde pública têm condições de avaliar os pacientes com suspeita de tuberculose e solicitar os exames.”, garante o enfermeiro sanitarista. 

O tratamento é realizado com antibióticos e dura, no mínimo, seis meses. “A tuberculose é uma doença grave, porém curável. Poucos dias após o início do tratamento, os bacilos da doença praticamente perdem seu poder infectante. O esquema e o tempo de tratamento podem variar de acordo com a gravidade e das condições de saúde do paciente. É imprescindível que o tratamento seja realizado de maneira correta e completa, a fim de evitar que o bacilo se torne resistente. Se não tratada, a tuberculose pode acometer outros órgãos agravando, ainda mais, o estado de saúde do paciente”, enfatiza o coordenador.


Dicas de prevenção

*Mantenha um estilo de vida saudável, evitando situações que favoreçam o desenvolvimento da infecção, como alcoolismo, uso de drogas ilícitas e infecção pelo vírus da AIDS;

*Evite permanecer por períodos prolongados em ambientes fechados onde haja aglomeração de pessoas;

*Boa higienização e ventilação dos ambientes também ajudam a reduzir a transmissão do bacilo;

*Para as crianças, a aplicação da vacina BCG nos primeiros dias de vida ajuda a prevenir as formas graves da tuberculose.

 

Reportagem: Katiane Cardoso

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