A reclamação de falta de vagas na Educação Infantil é constante por parte das famílias bento-gonçalvenses. Dados divulgados recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) ilustram bem essa realidade que também atinge Bento Gonçalves. O estudo aponta que, em 2011, o município deixou de criar 496 vagas em creches para crianças de zero a três anos. Os números são referentes às metas estipuladas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que propõe o atendimento de pelo menos 50% de crianças de zero a três anos em creches e, no mínimo, 80% das de quatro e cinco anos nas pré-escolas – essa última meta já cumprida em Bento.
O estudo apontou ainda o número de vagas que devem ser criadas nos próximos quatro anos. Até 2016, a educação básica será obrigatória dos quatro aos 17 anos em todo o país, impondo aos municípios que assegurem a universalização do acesso à pré-escola. Segundo o levantamento, o desafio do prefeito eleito Guilherme Pasin (PP) será criar 106 novas vagas até 2016.
Entre os 496 municípios do Rio Grande do Sul, Bento ocupa a 63ª posição no ranking. De zero a cinco anos, são 6.848 crianças, sendo que 4.032 (58,88%) estão matriculadas atualmente. Das 4.429 crianças de zero a três anos, apenas 1.719 estão matriculadas, equivalente a 38,81%. Na faixa entre quatro e cinco anos, das 2.419 crianças, 2.313 frequentam a pré-escola, o que corresponde a 95,62% do total. Bento apresenta melhor posição entre as cidades da região. Veranópolis aparece em 95º lugar; Garibaldi, em 107º lugar; Carlos Barbosa, em 161º, Farroupilha, em 200º e Caxias do Sul, em 345º lugar.
De acordo com o presidente do TCE, Cezar Miola, desde 2008 a instituição acompanha os municípios em situação mais crítica em relação à Educação Infantil. Segundo o levantamento, o Estado precisa oferecer 102.462 novas vagas na pré-escola e 138.357 em creches até 2016. Apenas 27 municípios cumpriram as metas do PNE para Educação Infantil, sendo que 39 atenderam os objetivos traçados apenas em relação às creches e outros 198 o fizeram quanto às pré-escolas, o que é o caso de Bento Gonçalves.
Reportagem: Carina Furlanetto
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