A relação entre patrões, chefes, encarregados e funcionários deve mudar sensivelmente ainda este ano em Bento Gonçalves. Isso porque está sendo preparada uma lei municipal para o combate ao assédio moral no ambiente de trabalho. A medida está sendo intermediada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipal (Sindiserp), com o apoio de alguns vereadores, e visa aumentar a proteção aos funcionários da prefeitura e também aos empregados de empresas privadas.
De acordo com a presidente do Sindiserp, Neura Zat, aumentou consideravelmente o número de denúncias sobre casos de assédio moral em setores da prefeitura. Na maioria dos casos, a questão da sobrecarga de trabalho tem sido um fator determinante nas reclamações. Neura explica que a colocação de metas muito altas para serem cumpridas são alguns dos motivos de insatisfação dos servidores. O mesmo acontece no setor privado, afirma a presidente, por isso surgiu a necessidade da criação de uma legislação que proteja também estes empregados. “Estamos vendo um aumento significativo nestas questões e precisamos agir para controlar este crescimento contínuo”, destaca a presidente.
Neura denuncia que a falta de preparo de alguns profissionais para exercer cargo de chefia na esfera municipal tem prejudicado a relação com o servidor público. “Alguns secretários municipais realmente fazem questão de menosprezar a capacidade dos seus funcionários”, revela. A presidente destaca o caso de uma servidora municipal que, de tanto ser perseguida por uma coordenadora, entrou em depressão. O sindicato tentou resolver a questão internamente com a prefeitura, mas o assédio continuou e o caso está sendo levado para a esfera judicial. Antes mesmo que a lei saia do papel, o Sindiserp está preparando uma cartilha que será utilizada para alertar os servidores sobre quando estiverem sofrendo qualquer tipo de assédio. O objetivo é orientar os funcionários que já estejam sofrendo coação e não tem coragem de denunciar seu chefe imediato ou secretário por medo de represália.
Marcelo Maciel
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