Considerando apenas o contexto da Superliga B, o torcedor do Bento Vôlei naturalmente poderia confiar ao clube a condição de candidato ao título. No que refere-se à tradição, “peso da camisa” e apoio extraquadra, o time não é inferior a nenhum dos sete adversários. Não é somente a camisa, no entanto, que alimenta a direção com boas perspectivas para a competição.
Ao lado do Santo André, o Bento pode ser considerado um dos mais tradicionais da segunda divisão nacional. O campeonato também terá a participação da equipe B do Sesi, um clube mais jovem, porém, respeitado pelo protagonismo que alcançou nos últimos anos no cenário nacional. Entre os oito participantes, o Bento é o único que já venceu o segundo escalão do voleibol brasileiro, quando ainda era chamado de Liga Nacional, em 2007.
A direção enfatiza que toda essa tradição e apoio histórico da comunidade, mais uma vez comprovado no Campeonato Gaúcho, têm consequências dentro das quatro linhas e automaticamente tornam a equipe mais forte, tanto que partiu do Bento Vôlei a ideia de alterar o formato de disputa da Superliga B. O projeto original previa sistema de Grand Prix, onde as equipes fariam apenas três jogos em casa. Com a nova proposta, de todos contra todos em turno e returno, serão pelo menos sete partidas como mandante. “A gente batalhou muito para fazer esse campeonato em turno e returno, pois sabemos do potencial que temos com a comunidade nos apoiando. Os adversários vão tremer no nosso ginásio, não há como não sentir a pressão”, ressalta o presidente, Marcos Paulo Machado.
Não é só na tradição de onze anos de Superliga e no apoio singular da comunidade, no entanto, que a direção sustenta o discurso de otimismo na volta ao cenário nacional. Para o presidente, tudo isso é um trunfo, porém, seria minimizado se não houvesse, dentro da quadra, um time qualificado. “Nós moldamos o projeto para sermos campeões e montamos um elenco redondinho, com dois opostos, ponteiros de qualidade, dois levantadores, um mais jovem e outro mais experiente. Esse apoio extraquadra faz muita diferença, desde que você tenha um time qualificado e competitivo”, conclui.
Estreia
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) enviou aos clubes uma tabela preliminar da Superliga B. A estreia do Bento Vôlei está prevista para o dia 9 de janeiro, contra o Sesi, no Ginásio Municipal de Esportes, ainda sem horário definido. A confirmação da partida ainda passa pelos clubes oficializarem a tabela.
Até a estreia, o Bento deve realizar dois amistosos, ainda sem datas definidas. O adversário mais provável é o Voleisul Paquetá Esportes, de Novo Hamburgo.
Olho neles
Apesar de pouco conhecidos, alguns clubes vem moldando-se como competitivos e prometem, no mínimo, ser resistentes aos adversários na Superliga B.
Um deles é o Rio Claro, atual campeão da Liga Nacional (terceira divisão). Outro é o São José dos Campos, cujo principal trunfo é o conjunto, já que o grupo vem atuando junto há pelo menos três anos e a evolução é perceptível. Neste ano, foi terceiro colocado na Superliga B, mesma posição obtida no Campeonato Paulista, onde superou equipes que disputam a elite nacional, como o Taubaté e o São Bernardo. Outro que, tudo indica, dará trabalho, é o Olympico/Mart Minas/Uptime, de Belo Horizonte (MG), que basicamente apostou em um elenco formado por jogadores das seleções de base.
Reportagem: João Paulo Mileski
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