BGF: momento é de “arrumar a casa”

O empresário Alcindo Baldissera Somensi (foto) não terá vida fácil no comando da diretoria executiva do BGF. Depois de cinco anos à frente do departamento de futsal, ele assume a presidência justamente após a temporada mais turbulenta da história do clube, com atrasos de salário, greve de jogadores e, por consequência, uma campanha aquém da obtida nos últimos anos. Pelas circunstâncias, caberá a Somensi liderar um ano de recomeço.

A gestão como vice de futsal ficou marcada pela formação de equipes competitivas com orçamentos bastante modestos. A incumbência, agora, é não apenas repetir a mesma fórmula, como também impulsionar o BGF como clube, a fim de que as receitas sejam proporcionais aos resultados da quadra. Apesar de ser o terceiro melhor time do Estado por dois anos seguidos – 2011 e 2012 –, o orçamento do clube manteve-se estagnado, o que acabou travando a continuidade da escalada, além de gerar um acúmulo de débitos.

Agora, segundo Somensi, o momento é de reestruturação, e ela passa, inicialmente, por três fatores: não aumentar o orçamento do plantel, buscar novas receitas e renegociar as dívidas. “Daqui a pouco, com uma ou duas peças que a equipe ainda precisa, o orçamento pode até se equivaler ao do ano passado, mas o importante é não termos um crescimento da folha de pagamento”, enfatiza o presidente.

Para limitar os gastos com a folha, a primeira medida foi apostar em um plantel mais barato, formado basicamente por jogadores residentes na cidade. O passo subsequente é ajeitar a casa fora das quatro linhas. “Hoje, eu diria que o presente o clube tem que fazer, e o futuro, planejar. O fazer era a obrigação de colocarmos uma equipe em quadra, o passo subsequente é planejar o futuro, tanto na parte financeira, como organizacional”, ressalta Somensi, frisando que alguns fatores dessa reorganização são a reformulação do estatuto, com o propósito de agregar mais pessoas à direção; e a captação de recursos via projetos privados e públicos. O principal deles já está protocolado no Programa de Incentivo ao Esporte do Estado do Rio Grande do Sul (Pró-Esporte/RS) e deverá estar apto a captação nos próximos dias.

Diante de todo esse contexto, a execução do planejamento passa necessariamente por muito trabalho e, sobretudo, paciência. A rápida ascensão do time deu ao clube protagonismo no salonismo gaúcho, mas também apontou uma necessidade de reorganização da gestão para que as conquistas da quadra possam ser contínuas e não pontuais. Não são poucos os obstáculos, mesmo assim, Somensi não deixa de sonhar grande. “Vamos recomeçar do zero, teremos muitos atletas de Bento, uma equipe bastante nova. Depois, quando o clube estiver mais reestruturado, a gente pode acrescentar mais atletas, com mais experiência. As duas coisas andam juntas, tanto o clube como o time passam por um recomeço. A curto prazo, prevemos dificuldades; a médio, um clube com tudo em dia; e a longo, um clube bem estruturado que possa almejar uma Liga Nacional”, ambiciona o presidente.

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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