Biblioteca Pública deverá sair do Centro
Mesmo sem a escolha de um novo local para abrigar a Biblioteca Pública Castro Alves, a instituição deve, nos próximos meses, sair do Centro, onde funciona desde agosto de 2005. O secretário municipal da Cultura, Jovino Nolasco, confirma a mudança, mas ainda não fala em prazos ou possíveis novas instalações.
Um dos motivos para a troca de endereço, segundo o secretário, é a falta de estrutura adequada no imóvel alugado pela prefeitura há quase oito anos. “Na nossa concepção, essa casa não tem as mínimas condições de abrigar uma biblioteca”, justifica.
Nos bastidores, entretanto, segundo informações repassadas ao SERRANOSSA, há mais uma razão para que o Executivo tente providenciar uma nova área com certa urgência: o impasse com os proprietários do prédio, que teriam intenção de reajustar o valor mensal de R$ 7 mil para R$ 20 mil. Neste ano, justamente em virtude do desacerto entre as duas partes, o aluguel ainda não teria sido pago, chegando em maio ao quinto mês de atraso. Questionado sobre o assunto, Nolasco preferiu não se manifestar, informando apenas que a prefeitura mantém, desde o início do ano, negociações com os proprietários do imóvel.
Um dos locais que podem estar na lista da Administração Municipal é o subsolo da Fundação Casa das Artes, onde hoje está armazenado o acervo do Museu do Imigrante, fechado desde 2009 para obras de restauro – que estão atualmente paralisadas (veja detalhes no quadro). O lugar deve passar por reforma, ainda não confirmada para este ano.
Praça Centenário
Apresentado em junho de 2012, o projeto de instalação do Espaço Mais Cultura – que abrigaria, inclusive, a nova Biblioteca Pública – na praça Centenário, segue indefinido. A secretaria garante estar em contato com o Ministério da Cultura (Minc), em Brasília, mas a execução da obra ainda não está garantida.
A estrutura estava orçada em R$ 2,25 milhões, sendo que R$ 1,8 milhão viriam através de repasse federal. O terreno escolhido foi devolvido pelo Estado em outubro de 2011, após aprovação da Assembleia Legislativa.
De acordo com a proposta, a estrutura teria três andares, totalizando 1.695 metros quadrados de área construída. Na época da apresentação do projeto à comunidade, a prefeitura garantiu ter repassado toda a documentação solicitada ao Minc.
Museu no aguardo
O restauro do Museu do Imigrante, iniciado em 2009, também permanece envolto em incertezas. Mas, segundo Nolasco, a ação pode ganhar impulso neste ano, com a retomada da captação de recursos para as obras.
Conforme o secretário, o projeto está novamente avaliado em cerca de R$ 1 milhão. O orçamento inicial, divulgado em 2008, era de R$ 1,2 milhão, porém, a antiga administração garantiu que, após reavaliar a planilha de custos, conseguiria finalizar o processo com menos de R$ 400 mil, o que não ocorreu.
Em 2011, foram investidos R$ 55 mil na troca de telhas, calhas e outros serviços para vedar a cobertura e minimizar os problemas de infiltrações em dias de chuva. A verba utilizada foi proveniente de ingressos de shows realizados pela Casa das Artes no período.
Nolasco destaca que, no início deste ano, havia apenas R$ 30 mil em caixa destinados à revitalização do Museu, mas que a secretaria tem feito contatos e tentado parcerias para agilizar a busca pelos 25% necessários para retomar os trabalhos. Uma das dificuldades seria a existência de impedimentos legais que estariam barrando a participação de empresas, como o sistema contábil: a Lei Rouanet exige a declaração de “lucro real”, modelo nem sempre adotado pelas organizações.
Feira do Livro 2013
Conforme já antecipado pelo SERRANOSSA, a Feira do Livro não acontecerá no mês de maio em razão da crise financeira. A ideia é que o evento aconteça em setembro.
Obras na Fundação
Até o final deste ano, mais uma etapa para a conclusão do anfiteatro da Fundação Casa das Artes deverá estar concluída. Com recurso federal de aproximadamente R$ 900 mil já em caixa, devem ser instalados um elevador de cargas e equipamentos de refrigeração, além da conclusão dos camarins. O passo seguinte inclui melhorias nos camarotes, aquisição de dispositivos de som e luz e a reforma do subsolo.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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