Moraes disse que Bolsonaro e o filho Eduardo estão ajudando os Estados Unidos a agir contra o Brasil
O Brasil amanheceu com a notícia de que a Polícia Federal bateu na porta de Bolsonaro, em Brasília. A PF cumpriu mandado de busca na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18). Agora, Bolsonaro está de tornozeleira eletrônica, proibido de usar redes sociais, falar com réus, diplomatas e embaixadores, e de se aproximar de embaixadas. Jair Bolsonaro deve cumprir recolhimento domiciliar das 19h às 7h.
No início da tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou em seu Instagram a “Decisão do STF“. De acordo com a publicação, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou medidas cautelares ao ex-presidente por coação, obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional. As medidas foram solicitadas pela PF, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal apontou que Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades dos Estados Unidos, com o intuito de obter sanções contra agentes públicos do Brasil”, em razão de suposta perseguição na Ação Penal (AP) 2668, que investiga a tentativa de golpe.
Segundo Moraes, as condutas de Bolsonaro e seu filho representam um atentado à soberania nacional: seguem “induzindo, instigando e auxiliando governo estrangeiro na prática de atos hostis contra o Brasil e na tentativa de submissão do STF aos Estados Unidos, para arquivar/extinguir a AP 2668”.
No despacho,o ministro citou Machado de Assis: “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional”. Citou também Abraham Lincoln, 16º presidente dos EUA, que dizia: “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”.
A pedido de Alexandre de Moraes, o presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, convocou uma sessão extraordinária virtual para que a decisão seja submetida a referendo. O Plenário Virtual começou nesta sexta (18) ao meio-dia e termina na segunda (21), às 23h59.
Bolsonaro deu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira e disse que se sentiu humilhado após a decisão de Moraes: “Poxa, eu sou ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação“.