Brigada e Bombeiros devem se desvincular até 2016

No início de agosto, o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, Eviltom Pereira Diaz, esteve em Bento Gonçalves para conhecer melhor a corporação da cidade e esclarecer os servidores quanto a separação dos Bombeiros da Brigada Militar (BM). O prazo final para toda a transição é o dia 2 de julho de 2016. No mesmo período, a cúpula da BM também esteve reunida no município, auxiliando nas decisões do comandante-geral da instituição, coronel Fábio Duarte Fernandes. 

O comandante dos Bombeiros no Estado aproveitou a vinda à Serra Gaúcha para falar com o efetivo local sobre as mudanças que serão realizadas em decorrência da separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. “No dia 20 de junho, foi promulgado através da emenda 67 da constituição estadual o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, isso já é um fato e nós temos um prazo para que todo o inventário que está sob administração da BM passe para a administração do Corpo de Bombeiros”, afirma.

A expectativa é que até a data-limite seja formada a primeira turma de oficiais bombeiros de formação específica. “Teremos mudanças significativas, como a escola de Bombeiros que hoje é do departamento de ensino da BM passará para a administração dos Bombeiros. Nós temos a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentarias), uma emenda do dia 9 de julho, que aprova para a partir de 1° de janeiro de 2015 o orçamento próprio do Corpo de Bombeiros. Depois, em 2 de julho do próximo ano, nós teremos a transformação dessa escola de Bombeiros para Academia de Bombeiros”, esclarece Diaz.

Segundo o comandante, a conquista foi luta longa e difícil. “O debate sobre essa separação já se findou. Respeitamos as opiniões contrárias, mas essa não é uma luta de agora, era muito antiga. Muitos companheiros nossos sofreram represálias durante o processo. Vários entes, do soldado ao coronel, participaram da negociação. Fomos para dentro da Assembleia e do governo, discutimos isso e chegamos a aprovação”, comemora.

“Não só o quartel de Bento, mas toda a corporação do Estado será beneficiada. Com a desvinculação, os Bombeiros estarão focados nas suas principais missões: combate a incêndio, salvamento e defesa civil. Nós teremos também inclusão específica para o Corpo de Bombeiros e toda sua formação voltada para os interesses da corporação”, lembra Diaz.

 
Mais efetivo

O comandante confirma que existem algumas deficiência e dificuldades, mas que o processo está apenas começando e que será benéfico para a nova instituição estadual. “Nós temos o objetivo de crescer e atender cada vez mais a população gaúcha, que é a nossa razão de existência. Existe hoje uma dificuldade muito grande em estrutura e também falta efetivo. Esse é um dos nossos objetivos. Claro que não vamos transformar isso do dia para a noite, mas temos emergencialmente um concurso para 400 soldados que atuarão em todo o Estado e é certo que virão alguns para essa região”, garante.

O subcomandante-geral da BM, coronel Silanus Serenito Mello, afirmou que o processo de desvinculação é importante e trará benefícios. A transição deve demorar entre três e quatro anos. “O principal é montar toda uma estrutura nova, porque vai ser uma instituição nova que vai atuar em todo o estado. O mais complicado será a parte estrutural e administrativa, montar toda essa questão estrutural para que a instituição Bombeiros possa caminhar com as próprias pernas”, avaliou.


BM receberá 2.000 soldados

O Conselho Superior da Brigada Militartambém esteve reunido em Bento Gonçalves com o objetivo de prestar assessoramento ao Comando-Geral da Corporação para as decisões de gestão e operacionalidade. Em meio a uma onda de roubos e assaltos, o subcomandante-geral, coronel Silanus Serenito Mello, confirmou que novos soldados serão incorporados até 2015. “Nós temos que acompanhar a evolução da sociedade e a evolução também da criminalidade. Temos uma certa deficiência de efetivo e está se procurando completar essa falta. Dois mil novos soldados deverão chegar à instituição a partir do início do ano que vem. Mas, é preciso avanços também na questão da tecnologia, com videomonitoramento. Queremos ainda os GPSs nas nossas viaturas. Esse é um projeto que nós pretendemos implantar, porque isso facilita a fiscalização e também o atendimento das ocorrências”, contou.

Rever a legislação seria importante para evitar empenho desnecessário dos policiais, segundo o coronel. “Em função da nossa legislação, acabamos tendo retrabalho, porque a maioria dos deliquentes que são presos são reincidentes, já passaram pelo sistema prisional ou já foram presos pela BM. É necessária uma legislação que deixe esses delinquentes reclusos para evitar que eles voltem às ruas e para cometer os mesmo crimes”, criticou.

Sobre a escalada de violência, o subcomandante-geral se limitou a dizer que o policiamento ostensivo ganhará reforço e enfatizou a prevenção como ferramenta. “Procuramos estar com o planejamento sempre flexível, acompanhando a criminalidade, os locais onde os criminosos atuam e os horários. Pretendemos aumentar a ostensividade da BM até o final do ano porque a população se sente segura visualizando o policial”, disse.


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