Bruno Basso luta por próteses
Um dos casos de maior comoção na história recente de Bento Gonçalves ainda não teve um final feliz. Passados seis anos do diagnóstico de leucemia e dois anos e sete meses desde o transplante de células-tronco que salvou sua vida, Bruno Basso, hoje com 20 anos, segue lutando por uma saúde melhor. A medicação utilizada no tratamento contra o câncer afetou drasticamente a estrutura óssea do rapaz. Hoje, ele está na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) para colocação de próteses nos joelhos e cotovelos, mas a demora em obter resposta ao pedido e a possibilidade de não ser atendido o levou a iniciar uma mobilização para pagar a cirurgia por meio de doações.
Bruno foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda tipo T em 2007. O tratamento à base de fortes medicamentos durante os piores momentos da doença teve como efeito colateral a osteoporose crônica, que evoluiu para osteonecrose. A síndrome é caracterizada pela má circulação sanguínea no interior dos ossos, que provoca a morte de células e o consequente apodrecimento deles. A dor intensa causada pela doença impossibilita os movimentos. “O médico indicou que eu faça cirurgia para colocação de próteses, a mais urgente é no joelho esquerdo, no qual sinto muitas dores”, detalha Bruno. Outro agravante é a escoliose, desenvolvida antes da leucemia, que faz com que Bruno não consiga mais deixar os joelhos e cotovelos retos.
O pedido para a implantação da prótese foi feito no final do ano passado, mas até agora a família não obteve retorno do SUS. Segundo o pai de Bruno, Dalcir, a cirurgia para colocação da prótese no joelho custa cerca de R$ 50 mil. “A recomendação médica é que eu ande de muletas até a cirurgia, mas não consigo me adaptar”, conta. Para agravar ainda mais a situação, ele não conseguiu continuar trabalhando em função das dores intensas e, desde o diagnóstico, há seis anos, nunca recebeu o auxílio-doença do INSS.
Como ajudar
A família está mobilizada para arrecadar doações em dinheiro que possam custear o procedimento. Mesmo que o pedido para colocação da prótese no joelho pelo SUS seja atendido, serão necessárias outras três cirurgias, na outra perna e nos dois braços. O contato pode ser realizado através dos telefones (54) 2621 5437 ou 9634 1589.
Contando a própria história
Apesar das dificuldades, Bruno não desiste e não deixa de sorrir. No final do ano passado, ele realizou um dos seus maiores desejos: concluir o Ensino Médio, mesmo com as dores que sente nos joelhos e cotovelos. Após convite de uma professora para ministrar palestras em escolas, o jovem encontrou uma forma de ajudar outras pessoas a também ter superação e força. Bruno visita escolas e relata sua luta pela vida, contando a crianças e adolescentes como vem superando a doença ao longo dos anos e descrevendo todas as etapas de seu tratamento e seus medos. “Foi uma forma de ganhar novos amigos. Já ministrei quatro palestras e dei entrevista para a TV Câmara, de Porto Alegre. No começo sempre fico nervoso, pois tenho muita vergonha, mas depois de iniciar a apresentação e os alunos fazerem perguntas, vou ganhando confiança”, relata. Durante seus debates, ele apresenta o vídeo que gravou de seu transplante, reportagens e publicações, explica cada etapa e tira dúvidas sobre a doença e os tratamentos aos quais foi submetido.
À espera de medula compatível
Outro caso que mobilizou a comunidade bento-gonçalvense foi o do jovem Bruno Dendena, de 22 anos. Desde julho do ano passado, ele passa por tratamento para curar-se de leucemia mieloide aguda. Em boa parte deste período esteve internado no Hospital Tacchini, mas desde o dia 30 de dezembro está em casa, após a doença ter estabilizado. Dendena ainda necessita de transplante de medula e aguarda que um doador compatível seja localizado. O jovem continua realizando exames de sangue mensalmente para verificar possíveis avanços da doença. A cada três meses, também vai a Porto Alegre para consulta com os médicos que farão o transplante.
Para ser um doador de medula, basta ter entre 18 e 55 anos de idade e ter boa saúde. Na região as doações podem ser feitas no Hemocentro de Caxias do Sul (Hemocs), localizado na rua Ernesto Alves, 2260. O Hemocs atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30 e aos sábados das 8h às 12h. A secretaria municipal da Saúde oferece transporte gratuito semanalmente. Mais informações podem ser obtidas na Unidade de Saúde Central, através do telefone 3452 1868.
Reportagem: Katiane Cardoso
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