Busca por doadores de medula continua

A busca por doadores de medula óssea tem mobilizado pelo menos duas famílias da Serra Gaúcha. Em Bento Gonçalves, Bruno Dendena, 22 anos, deverá ser submetido a um transplante. Em Carlos Barbosa, a família de Raquel Dalcin, de 25 anos, buscava deste o início deste ano um doador de medula óssea compatível para a cura de um câncer linfático e leucemia. Apesar do empenho de familiares e amigos, inclusive através de redes sociais, Raquel não resistiu e faleceu na última semana. Mesmo assim, a campanha continua para que outras pessoas possam ter a esperança da cura.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a chance de compatibilidade de medulas é de uma para cada cem mil pacientes, o que faz com que seja de extrema importância a criação de bancos de doadores através do cadastramento de voluntários. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse banco é consultado. Se houver compatibilidade, a pessoa é convidada a fazer a doação.

Seja doador

Para fazer o teste de compatibilidade de medula é preciso ter entre 18 e 55 anos, estar em boas condições de saúde e apresentar um documento oficial de identidade. Interessados devem dirigir-se até o Hemocentro Regional de Caxias do Sul, que funciona na rua Ernesto Alves, 2260, próximo ao Postão 24 horas. O Hemocentro atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30 e aos sábados das 8h às 12h. A secretaria municipal da Saúde oferece transporte gratuito semanalmente para doadores de sangue, que também pode ser utilizado para os doadores de medula óssea. Mais informações podem ser obtidas através dos telefones 3452 1868 ou 3454 5692.

Passo a passo para ser um doador

*Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. 

*Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 4 ml a 5ml para testes que determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. O procedimento dura, em média, dez minutos.

*Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.

*Em caso de compatibilidade, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação. A retirada é feita no interior de ossos da bacia, por meio de punções, e a medula se recompõe em apenas 15 dias sem prejuízo ao doador.

*A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

Fonte: www.inca.gov.br

O caso de Bruno

O operador de máquinas bento-gonçalvense Bruno Dendena, de 22 anos, foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda em julho deste ano. Após fraturar o pé em um acidente de trabalho, ele percebeu uma série de manchas na pele, que atribuiu ao tratamento. Entretanto, mesmo após a troca de medicamentos, os sintomas persistiram. Ao sentir dores na garganta, ele retornou ao hospital, onde a doença acabou sendo descoberta. Ele foi submetido a cinco baterias de quimioterapia, a mais recente na última semana. Na próxima segunda-feira, dia 17, devem ficar prontos os exames que apontam se há compatibilidade de algum familiar ou de voluntários já cadastrados no Banco de Medula. Bruno deve permanecer internado até janeiro, para se recuperar da última bateria de quimioterapia, quando será submetido a novos exames para verificar a evolução da doença.

A leucemia mieloide aguda é um câncer que começa dentro da medula óssea, tecido mole que fica no interior dos ossos e auxiliar na formação das células sanguíneas. A doença agrava-se em um curto intervalo de tempo, já que a medula óssea, que ajuda o corpo a combater infecções, para de funcionar corretamente. Os pacientes tornam-se mais propensas a infecções e têm maior risco de hemorragia à medida que o número de células saudáveis diminui.

Reportagem: Greice Scotton e Carina Furlanetto


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