C. Barbosa quer ser polo de produção de oliveiras

O município de Carlos Barbosa quer ser polo de produção de oliveiras e deu nesta semana o primeiro passo para tornar-se referência. Na última segunda-feira, dia 17, foi assinado um protocolo de intenções entre o município, a Associação Rio-grandense de Olivicultores (Argos) e a Associação de Viveiristas e Olivicultores da Argentina (Avoar) para a realização de estudos para a implementação de um viveiro internacional de oliveiras na cidade, que fornecerá mudas a interessados em explorar a cultura em Carlos Barbosa e em outras regiões do Estado e do país.

O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Junior Mauricio Mocelin, afirma que a prefeitura está otimista com as perspectivas da nova cultura para Carlos Barbosa. A expectativa é que a azeitona torne-se o segundo ou terceiro produto mais importante na economia do município barbosense. Hoje, o principal produto é o leite. “Tomamos cuidado para trazer algo que nenhuma cidade vizinha tivesse, que fosse uma novidade”, afirma Mocelin. 

Dentro do protocolo de intenções, ficou acertado que o município fará esforços para desenvolver a cultura da oliveira entre produtores locais. À Argos, caberá a coordenação de treinamentos e intercâmbio de informações, enquanto que a Avoar ficará responsável pela transferência da experiência e o fornecimento das primeiras mudas. A associação foi escolhida porque a Argentina é referência na produção de azeitonas na América do Sul.

O documento foi assinado na segunda, mas as atividades dos representantes da Avoar e da Argos em Carlos Barbosa não terminaram. Durante a semana, eles visitariam áreas do município com potencial para a plantação de oliveiras. “Ainda há bastante trabalho pela frente para levar esse projeto adiante”, afirma o vice-prefeito Gilberto Francisco Baldasso, prefeito em exercício de Carlos Barbosa, durante o ato de assinatura do protocolo de intenções.

Alternativa para o turismo

Para prefeitura, Argos e Avoar, a implementação de lavouras de oliveiras não será um bom negócio apenas sob a perspectiva da produção de azeites e azeitonas de mesa e seus impactos econômicos. Também será uma boa alternativa para o setor do turismo. “É uma nova forma de se ver a agricultura e agregar valor a ela”, afirma o presidente da Argos, Guarajá Oliveira, sobre o viés turístico da nova cultura. Para ele, o turista que vem à região por conta da cultura vitivinícola também seria atraído pela cultura olivícola.

Mercado promissor

Hoje, o Brasil importa quase 100% das azeitonas e do azeite de oliva consumido no país. Segundo o presidente da Associação Rio-grandense de Olivicultores (Argos), Guarajá Oliveira, dados do Conselho Olivícola Internacional (COI) atestam que, em 2012, as importações brasileiras de azeite de oliva devem chegar a 70 mil toneladas, 10% a mais que em 2011, enquanto que a importação de azeitonas de mesa deve chegar a 90 mil toneladas, um volume 9% superior ao do ano passado. “O Brasil importa tudo o que consome”, afirma Oliveira. “Nos últimos cinco anos o crescimento foi de mais de 150%. É um mercado consistente.”

É, portanto, um mercado em expansão e com boas perspectivas para produtores que decidirem trabalhar no abastecimento nacional. Conforme os cálculos da Argos, seriam necessários pelo menos 67 mil hectares de plantações de oliveiras para atender a toda a demanda nacional. Hoje, no Rio Grande do Sul, há algo entre 300 e 400 hectares de plantações.

“Estamos muito entusiasmados e conscientes de que se pode plantar oliveiras aqui”, afirma o presidente da Associação de Viveiristas e Olivicultores da Argentina (Avoar), Carlos Corvalán. “Por ter um clima chuvoso, devemos tomar algumas precauções, mas não há problema.”

Reportagem: Eduardo Kopp

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA