Cacá Bueno foi a atração principal de evento promovido pela Tintas Farben, em Bento Gonçalves, para entrega de um carro HB20 em promoção realizada pela empresa. Ele chegou à cidade na quinta-feira. Hoje, no meio da manhã, participou de uma carreata com o vencedor do carro, e na sequência, da solenidade de entrega na Técnica Tintas, no bairro Vinosul.
Entre um compromisso e outro, tirou fotos, concedeu autógrafos e conversou por cerca de quinze minutos com a reportagem do SERRANOSSA. A pauta principal, como não poderia deixar de ser, foi a especialidade do principal nome do automobilismo nacional na atualidade. Entre 2006 e 2012, Cacá Bueno venceu cinco vezes a Stock Car e é o primeiro colocado no campeonato desta temporada. A categoria vem crescendo nos últimos anos e conquistando um público cada vez maior no país. Mas se por um lado o campeonato cresce, por outro lado ainda há uma preocupação com a estagnada infraestrutura do automobilismo no Brasil. “Eu diria que o Rio Grande do Sul é um dos poucos bons exemplos, é um estado apaixonado por automobilismo, tem excelentes autódromos. Mas em Minas Gerais não há nenhum autódromo, em Santa Catarina também não e é assim em outros estados. Por outro lado, há locais que recebem campeonatos, com grandes pilotos, e esses eventos deixam muito dinheiro ao município. Mas infelizmente o município não investe na manutenção desses autódromos”, ressalta Cacá, complementando que a consequência direta desse cenário recai sobre a renovação de pilotos. Ele citou como exemplo o estado do Rio de Janeiro, referência na formação de grandes pilotos, mas hoje sem autódromo e com apenas três nomes na principal categoria nacional, sendo que o mais novo – o irmão de Cacá, Popó Bueno – tem 35 anos.
Sobre o panorama geral do esporte no país, o piloto comentou que não vê perspectivas de uma evolução no quadro de formação de atletas e melhoria na infraestrutura. Para ele, o principal problema está na gestão, comandada por dirigentes “políticos e não técnicos”. Cacá acredita que as Olimpíadas podem motivar os jovens a praticar esporte, mas especialmente pela cobertura da mídia e não por algum tipo de legado que o evento poderia deixar.
Ele embarcou a Porto Alegre no início da tarde. Passou menos de 24 horas em Bento e lamentou não ter tido tempo para conhecer principalmente as vinícolas da cidade. “Totalmente voltado” ao automobilismo, revelou que no momento não tem como se envolver nos negócios do pai – Galvão Bueno é sócio acionista da Miolo Wine Group -, mas não descarta, futuramente, ajudar a família no ramo dos vinhos. “Hoje o automobilismo me toma todo o tempo, é minha irmã quem está mais envolvida com os negócios do meu pai. Mas futuramente, quem sabe, eu possa me interessar também”, disse.
Reportagem: João Paulo Mileski
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