Cai o número de mortes nas estradas

O número de mortes nas rodovias que cruzam Bento Gonçalves caiu 37,5% no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), nos seis primeiros meses do ano passado foram 16 mortes, enquanto que neste ano foram 6.

Além da queda nas estatísticas de vítimas fatais, também foi registrada uma leve redução no número de autuações por embriaguez ao volante. No ano passado foram 71 casos, contra 67 em 2014. Para o sargento Zidemar Petry, comandante do Grupo Rodoviário (GRV) de Bento, os números representam um saldo positivo e podem ser creditados ao aumento da fiscalização e a uma maior conscientização dos motoristas nas estradas.

Em 2013, foram contabilizados 26 acidentes fatais, com 31 mortes – 26 homens e 5 mulheres. “As mortes que compõem essas estatísticas se referem somente às que ocorreram no local do acidente. Se compararmos o primeiro semestre de 2013 com o deste ano, foram 10 vidas poupadas no nosso trânsito. Essa diminuição é devido ao aumento da cautela por parte dos motoristas, também porque intensificamos a fiscalização com radar móvel”, considera Petry.

Segundo o sargento, os acidentes envolvendo motociclistas continuam sendo os mais preocupantes pela grande possibilidade de lesões. “Não temos notado um tipo específico de acidente, mas sabemos que quando envolve motocicletas, a chance de lesões graves ou morte chega a 80% dos casos. O mesmo ocorre quando há veículos de maior porte: quando o caminhão é projetado sobre um veículo menor ou contra um barranco, por exemplo, a possibilidade de haver pessoas machucadas também aumenta bastante”, detalha.


Velocidade máxima

De acordo com a PRE, a multa é uma das únicas maneiras de educar os motoristas imprudentes e conscientizar acerca dos perigos de não respeitar as regras de trânsito. “Muitos reclamam que a velocidade máxima permitida é muito baixa. Mas basta olhar a nossa realidade. Nas ‘curvas da morte’ da RSC-470, por exemplo, a velocidade de 60 a 65km/h é considerada uma velocidade segura e suficiente para que o trânsito flua. Os acidentes acontecem quando essa norma não é seguida”, lamenta Petry.

Muitos condutores alegam que o limite está ultrapassado já que os veículos mais novos possuem tecnologia e segurança superior aos modelos antigos, mas, para o comandante, esse argumento não é suficiente. “Por que acontecem muitos acidentes em trevos, por exemplo? Porque os motoristas geralmente não respeitam o limite de velocidade. Então se a regra não é cumprida, vamos continuar usando o radar até começarem a respeitá-las. Contrariando a norma, você está pondo em risco a sua segurança e a segurança das demais pessoas”, adverte. 

O GRv de Bento ministra palestras gratuitamente em empresas ou para o público em geral. “Empresários que tiverem interesse em desenvolver projetos de prevenção com os funcionários podem entrar em contato conosco. Nas palestras são abordados fatores como direção defensiva. Também mostramos em vídeo a realidade das nossas estradas com o objetivo de conscientizar o condutor e preservar a vida”, comenta.


Novo radar

O novo radar móvel utilizado pela PRE é um equipamento moderno e com o poder de alcance maior. A câmera a laser tem a capacidade de acompanhar o veículo por vídeo a até 1km de distância, podendo fotografá-lo e identificar a sua placa – os mais antigos exigiam distância máxima de 25m. A essa distância é muito difícil que um motorista consiga avistar o policial e reduzir a velocidade para evitar ser flagrado. “Os radares antigos eram mais difíceis de lidar. Com o antigo ‘secador de cabelo’, como o pessoal chamava, era preciso parar o condutor para autuar o veículo. O aparelho não tinha o mesmo alcance e a mesma agilidade desse novo modelo”, conta o sargento.

Ainda segundo Petry, o uso do radar está previsto em lei. “As rodovias estão sinalizadas, avisando o motorista sobre a possibilidade. Nós contatamos o Daer, houve um incremento na sinalização e as placas estão bem visíveis. A finalidade é reduzir ainda mais o número de acidentes e mortes nas nossas estradas”, destaca.

Locais mais perigosos*

1º) RSC-470, km 222, entroncamento com a RSC-453 (trevo da Telasul): 9 mortes

2º) RSC-470, km 210, próximo ao bairro Nossa Senhora do Carmo (antigo Nossa Senhora da Saúde): 7 mortes

3º) RSC-453, km 104, próximo ao acesso à linha Sertorina, entre Garibaldi e Farroupilha: 7 mortes

4º) ERS-446, km 8, entre Carlos Barbosa e São Vendelino: 6 mortes

5º) RSC-453, km 107, entroncamento com a ERS-444 (trevo do Barracão): 6 mortes

6º) RSC-470, km 218 (trecho conhecido como “Curvas da morte”): 5 mortes

*Fonte: Grupo Rodoviário de Bento Gonçalves (GRv). Contabilizados trechos com o maior número de mortes registradas entre 1º de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2014.

Reportagem: Jonathan Zanotto


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