Caiu! Marcos Barbosa deixa a Secretaria de Mobilidade Urbana e volta para a Câmara de Vereadores

Oficialmente, a informação é de que Barbosa pediu para sair. Nos bastidores, circula a versão de que problemas e denúncias na gestão da pasta teriam causado seu pedido de demissão. Agora, ele volta para a Câmara na cadeira até então ocupada pelo vereador Raquete (Republicanos).

Após 11 meses que assumiu a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (SEGIMU) de Bento Gonçalves, Marcos Barbosa deixa o comando da pasta. A notícia foi publicada nesta quarta-feira, 01/12, pela Prefeitura Municipal. Quem assume seu lugar interinamente é o secretário de Governo, Henrique Nuncio. Já Barbosa, que foi eleito para seu quarto mandato como vereador no ano passado, volta para a Câmara de Vereadores no lugar de Leopoldo Benatti, o Raquete.

O comunicado publicado pela prefeitura diz que Marcos Barbosa solicitou o seu retorno para o Legislativo Municipal. Para o SERRANOSSA, o vereador afirmou que “o melhor treinador tem que sair quando o time é campeão”. “A gente fez um belo trabalho e alcançamos nosso objetivo de atender a comunidade em algumas questões, como iluminação, pintura e também mudanças na mobilidade urbana. Agora temos uma nova missão para 2022 e o importante é que deixamos um legado bem bacana. Muitos lamentaram nossa saída, mas é o momento certo. O bom treinador tem que sair quando o time é campeão e não ser demitido, porque daí não pega legal”, afirmou.

BASTIDORES

Informações dos bastidores, porém, dão conta de que a imagem de Barbosa estava gerando desgaste para a administração municipal, após denúncias sobre a venda ilegal de túmulos no cemitério de Bento, envolvendo servidores da secretaria, e também sobre o caso de uma carga de paralelepípedos que foi comprada pela prefeitura e descarregada em uma empresa privada de propriedade da irmã do então secretário, no bairro Santa Rita.

A denúncia do cemitério, que aponta que integrantes da Secretaria de Mobilidade Urbana desta gestão e de administrações passadas vendiam irregularmente túmulos, inclusive descartando restos mortais em lixeiras comuns, está nas mãos da polícia civil e do Ministério Público. De acordo com o promotor Alécio Nogueira, do Ministério Público (MP) de Bento Gonçalves, o material encaminhado pela administração está sob análise. Já a procurador-geral do município, Sidgrei Spassini, afirma que a investigação realizada pela prefeitura, inclusive a pedido de Marcos Barbosa, foi encaminhada para Unidade de Controle Interno, MP e polícia e que seu conteúdo não pode ser divulgado porque conta com depoimentos. Segundo o delegado Rodrigo Morales, responsável pela 2ª DP, até o momento três vítimas da venda ilegal foram ouvidas.

Já sobre a carga de pedras da prefeitura descarregada na empresa da irmã de Barbosa, a secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (SEGIMU) alegou, na época, que elas foram colocadas no local para posteriormente serem encaminhadas ao pátio da Secretaria de Viação e Obras Públicas. “Os paralelepípedos foram retirados da Rua Antônio Fornazier, esquina com a rua João Pessoa, no Santa Rita, para realização da colocação da malha de ferro e concreto na estrada, uma medida mitigatória de uma empresa local, visando à melhoria do tráfego de veículos. Para dar mais agilidade ao processo foram inicialmente colocados na rua, em frente a uma empresa particular, conforme autorização solicitada pela Segimu, para posteriormente serem encaminhados ao pátio da Secretaria de Viação e Obras Públicas”, dizia a nota. Barbosa pontuou que este caso está “muito bem esclarecido”. “Temos os documentos que comprovam que foi para agilizar a obra, que estava prevista para finalizar em 60 dias e conseguimos em menos de 30. Temos inclusive diálogos gravados com os engenheiros”, pontua.

Esta é a segunda baixa do governo Diogo Siqueira/Amarildo Lucatelli. O primeiro foi Heitor Tartaro, diretor do Ipurb, que também teria pedido para sair com a justificativa de se dedicar a “questões pessoais”.