Câmara volta atrás em pedido de afastamento

As incertezas que rondam as finanças municipais ganharam nesta semana ares ainda mais polêmicos. Depois de a Justiça negar o pedido de afastamento cautelar do prefeito Roberto Lunelli feito pelo Ministério Público, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Vanderlei Santos, decidiu solicitar o afastamento dele. A CPI votaria o encaminhamento de requerimento à Câmara para que todos os vereadores, mesmo os que não fazem parte da comissão, votassem o afastamento. O anúncio da intenção foi feito no início da noite de segunda-feira, dia 19. 

A justificativa do pedido era que o afastamento momentâneo do prefeito auxiliaria os trabalhos investigatórios. Porém, apenas o vereador Neri Mazzochin foi favorável ao pedido. Neilene Lunelli (PT), Valdecir Rubbo (PDT), Gilmar Pessutto (PSDB) e Marcos Barbosa (PRB) foram contrários ao afastamento. Ivar Castagnetti (PMDB) pediu para ser o último a votar e depois absteve-se da escolha. Nas justificativas, a maioria dos vereadores contrários ao pedido se manifestou alegando que este não seria o momento correto para solicitar o afastamento de Lunelli, porque ele estaria contribuindo com as investigações.

Entenda

O Ministério Público (MP) já havia solicitado o afastamento cautelar do prefeito no dia 8 de novembro. Entretanto, o pedido foi negado pela juíza Romani Terezinha Bortolas Dalcin, da 3ª Vara Cível, no dia 12 de novembro. De acordo com a decisão, não haveria provas suficientes que justificassem o afastamento. Além disso, a juíza alegou que um pedido desse tipo não caberia ao MP, e sim à Câmara de Vereadores, que tem como uma de suas funções fiscalizar o trabalho da prefeitura.

Protestos e abraços

Enquanto o prefeito Roberto Lunelli (PT) prestava seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que avalia a situação financeira e o suposto desvio de recursos públicos da secretaria municipal de Finanças, um grupo de manifestantes protestava em frente à Câmara na manhã da última segunda-feira, dia 19. Entre os manifestantes, estavam trabalhadores terceirizados que aguardam pagamento dos salários, ainda sem previsão de serem feitos. Cerca de uma hora e meia depois, o prefeito deixou a Câmara de Vereadores escoltado pela Brigada Militar. Ao descer as escadas, abraçou os manifestantes, para surpresa das pessoas que observavam a cena.


Reportagem: Carina Furlanetto

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