Campanha para auxiliar na segurança pública começa a mostrar resultados
Há pouco mais de dois meses, quando Bento vivia uma crise na segurança pública sem precedentes, a comunidade foi convocada a auxiliar no combate a criminalidade, através de uma campanha encabeçada pelo Conselho Municipal de Segurança Pública – Consepro. Com um projeto que prevê a compra de viaturas blindadas, equipamentos de escritório, rádios e antenas digitais e câmeras internas e externas nas viaturas, além da implantação de uma sala de controle na Brigada Militar, o conselho buscou ajuda na força empresarial, de entidades e da comunidade para apresentar soluções para a segurança de Bento.
O SERRANOSSA conversou com o presidente da entidade, Elton Paulo Gialdi, sobre a situação das arrecadações e o trabalho para equipar, manter e melhorar o as condições de atuação das polícias da cidade. Confira os principais trechos:
SERRANOSSA – Há quase dois meses, o Consepro convocou a comunidade para ajudar no combate à criminalidade, especialmente, ajudando na destinação de recursos. Desde então, quanto foi o montante arrecadado e o que foi feito com esse valor?
Elton Gialdi – Na verdade, esse trabalho de arrecadação é a etapa que iniciaremos a partir de agora. Até aqui, além de concluir o sistema para a emissão dos boletos, cadastramos empresas e cidadãos que mostraram interesse em contribuir. O retorno começa a ser positivo, mas ainda é um pouco cedo para termos uma avaliação. De agora em diante, vamos intensificar esse trabalho – somente nas visitas que pretendemos fazer estão mais de 500 empresas, por exemplo.
SN – Na época do lançamento da campanha, a prefeitura prometeu destinar o mesmo recurso arrecadado pela comunidade. Isso está sendo cumprido?
Gialdi – Pretendemos esperar até que o resultado das arrecadações comece a surgir. Temos, de fato, esse compromisso da prefeitura, de contribuir com o mesmo valor arrecadado, então, quando a campanha estiver fortalecida voltaremos a nos reunir para que essa questão seja encaminhada.
SN – Como está o andamento da construção do alojamento para o curso de formação de policiais? Quando irá começar o treinamento?
Gialdi – Estamos com o alojamento praticamente finalizado. Nos últimos dias, a estrutura foi pintada e, nesta semana, está sendo feita a parte elétrica. Temos agora um pequeno obstáculo no projeto, porque encontramos rochas no local por onde passará a tubulação de esgoto para fossa e filtro, o que exigirá detonação. Mesmo assim, de forma paralela, já estamos encaminhando junto à prefeitura todas as questões ligadas à regularização da obra. Provavelmente nos próximos dias, em audiência com o secretário de Segurança do Estado, Cezar Schirmer, voltaremos a pleitear a vinda de uma turma de brigadianos para o curso de formação em Bento Gonçalves. Já tratávamos do assunto com o ex-secretário, Wantuir Jacini, mas era algo que não reivindicávamos de maneira tão intensa justamente pela questão da falta de alojamento. Agora, nossa intenção é colocar carga máxima nesse pedido.
SN – Em quanto gira a despesa do Consepro hoje? Quanto seria necessário para conseguir executar um trabalho de excelência na segurança de Bento?
Gialdi – Hoje temos uma arrecadação mensal que fica em torno de R$ 50 mil e que nos permite fazer pequenos repasses de materiais às delegacias, Brigada Militar e Instituto Médico Legal (IML). O que nós buscamos, a partir de agora, é a possibilidade de fazer um trabalho bem diferenciado do que conseguimos até aqui, colocando ações maiores em prática. Para isso, projetamos a necessidade de um orçamento de R$ 150 mil a R$ 200 mil mensais, que nos permitiria, inclusive, trabalhar com projetos sociais, principalmente com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Essa também é uma maneira de cuidar de nossa segurança.
SN – Como a comunidade tem visto o Consepro e o que pode ser feito para ajudar?
Gialdi – O que nós percebemos é que somente uma pequena parte da população sabe como funciona o Consepro e o papel que ele desempenha. E vemos também que a sociedade, apesar de sofrer com a insegurança, com a criminalidade, ainda não está plenamente consciente da importância de se envolver, de colaborar e participar em ações que se referem a esse tema.