Campeão mundial sonha em unificar os títulos

Desde que começou a treinar jiu-jítsu, há menos de dois anos, Maicon Gonçalves tem chamado a atenção ao derrotar oponentes mais experientes e conquistar a maioria dos campeonatos que disputa. Diante disso, com suporte da equipe bento-gonçalvense Garra Team, traçou a meta de disputar o Campeonato Mundial da International Brazilian Jiu-Jítsu Federation (IBJJF), em 2015, em Long Beach, na Califórnia. Muito antes disso, no entanto, confirmou a alcunha de lutador promissor e chegou ao topo do mundo em outra organização.

Gonçalves sagrou-se campeão mundial pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Olímpico (CBJJO) – organização independente da IBJJF – no último dia 11, no Rio de Janeiro, na categoria Faixa Branca Médio (até 82,3kg). “O projeto era para eu ir pra Long Beach no ano que vem, mas aí apareceu esse campeonato e eu disse: vou tirar dinheiro de onde não tenho para participar. Graças a Deus consegui trazer o título”, conta o lutador. O projeto de disputar o Mundial da IBJJF conquista em pé, mas com um bônus de motivação, já que aos 24 anos ele terá a chance de unificar os títulos das duas principais organizações da modalidade e, dessa forma, alcançar o suprassumo do jiu-jítsu.

As ambições do lutador no esporte, no entanto, vão além de vencer todos os campeonatos possíveis. Mais do que unificar os títulos mundiais, Gonçalves quer gradativamente subir de faixa até alcançar a graduação necessária para se tornar um professor. “Hoje eu sou faixa branca, para ser professor você tem que ter no mínimo a marrom. Eu tenho o sonho de um dia chegar lá e ter a chance de dar aulas”, afirma.  

A caminhada será longa e exigirá sacrifícios, inclusive financeiros. Para chegar ao topo da CBJJO, o lutador que divide os treinos com a profissão de eletricista automotivo tirou cerca de R$ 2 mil do bolso. A partir do título, passará a receber apoio da secretaria municipal da Juventude, Esporte e Lazer (Semjel) e também intensificará a busca por patrocínios. A expectativa, por consequência, é que a luta fora dos tatames para chegar ao Mundial da IBJJF seja menos árdua. Já há um projeto na prefeitura para bancar a participação do atleta, que em contrapartida se comprometeu em ser um colaborador do projeto social “Jiu-Jítsu para Todos”, que conta atualmente com mais de 500 crianças e adolescentes espalhadas em nove núcleos na cidade. O campeão mundial será mais uma referência para as crianças continuarem no esporte. A responsabilidade é grande, mas ele ressalta: o motiva ainda mais para continuar treinando e se dedicando. “Agora eu vou ser uma referência para a molecada, e isso também exige muita responsabilidade, porque vou ter que ser um bom exemplo. Vou contar para eles aonde eu cheguei e mostrar que eles também podem chegar lá um dia, com muita determinação, superação e foco. Tudo na vida tem que ter um foco. Eu coloquei na minha cabeça que de qualquer jeito voltaria campeão, e deu certo. Se a cabeça não ajudar, você não vai vencer. É tudo questão de eles quererem”, conta.

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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