Câncer colorretal: diagnóstico precoce aumenta chance de cura

A prevenção é a maior aliada para a garantia de uma boa saúde. A máxima também se aplicar aos tumores de intestino, uma região que nem sempre recebe a devida atenção. O câncer colorretal é o terceiro mais frequente na região tanto em homens quanto em mulheres. “Buscar esses tumores de forma precoce leva o paciente a uma taxa de curabilidade muito mais alta”, pontua o oncologista clínico Magnus Renato Rodrigues, acrescentando que nesses casos a chance de cura pode chegar a 90% mesmo sem cirurgia, apenas com quimioterapia. 

Fazer este alerta é justamente o objetivo do projeto “Intestino Gigante”, desenvolvido pelo Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) em parceria com o Instituto do Câncer (Inca) e que pode ser conferido até domingo, dia 17, no pavilhão D por quem visitar a ExpoBento. A estrutura inflável de 15 metros de comprimento é uma réplica ampliada do intestino humano, aonde o visitante ao percorrer o seu interior irá conhecer as principais doenças que acometem o órgão, como hemorroidas, doenças inflamatórias, pólipos, pólipos com lesões pré-malignas e câncer intestinal. 

O médico explica que alterações de habito intestinal, emagrecimento, sangramento e dor abdominal são sintomas que aparecem quando a lesão já está em estágio mais avançado. Na grande maioria dos casos o tumor leva anos para se desenvolver e por isso a importância dos exames preventivos. “Qualquer diagnóstico que se consegue fazer antes de virar uma neoplasia de maior intensidade, vai resultar em menos procedimentos, em maior sobrevida e menores riscos para a pessoa”, destaca. O principal exame para a detecção é a colonoscopia. Recentemente houve redução da idade mínima para a orientação de realização: de 50 para 45 anos. O prazo para um novo exame varia conforme os resultados, podendo ser de um a 10 anos. 

Embora a maior prevalência do câncer colorretal seja em pessoas com mais de 50 anos, estão aumentando os casos em pacientes mais jovens – os organismos de saúde ainda estão buscando as possíveis causas. A orientação, portanto, é ficar atento mesmo às pequenas alterações. Conforme Rodrigues, muitas pessoas ignoram pequenos sangramentos até mesmo pelo estigma de que os exames podem ser desconfortáveis. “Não necessariamente tudo é tumor. Na grande maioria das vezes vão ser outras patologias, mas é preciso diagnosticar”, esclarece. 

O especialista lamenta que a cultura da prevenção ainda não seja tão difundida. “Infelizmente ainda temos um sistema de saúde ainda muito terciário, que vamos buscar as doenças e não preveni-las”, observa. Manter hábitos saudáveis ainda é a melhor aliada para a saúde como um todo. Não basta apenas alimentar-se corretamente, o importante é buscar cada vez mais um equilíbrio completo, com a prática de exercícios e a manutenção da qualidade de vida. “Não é uma garantia de que não vai ter tumores, mas são fatores que podem reduzir”, salienta. 

Testes gratuitos 

Quem visitar o “Intestino Gigante” é convidado a participar dos projetos de responsabilidade social desenvolvidos pelo ITPS. O objetivo é fazer a detecção e o rastreio de tumores de intestino por pesquisa de sangue oculto nas fezes. Em caso de resultado positivo, o paciente é encaminhado para acolhimento e realização de colonoscopia e tratamento (se necessário) via Instituto do Câncer do Hospital Tacchini. São dois projetos: o primeiro destinado a maiores de 18 anos moradores da microrregião de referência do hospital com história familiar e presença de sinais de risco e o outro voltado para pessoas com mais de 60 anos moradores de Bento Gonçalves independente a presença de sintomas.

Números

Na região
3º tumor mais frequente tanto em homens como em mulheres
6 em cada 10 diagnósticos em estágio mais avançado
Maior incidência acima de 50 anos
15% dos pacientes tem menos de 50 anos

No Brasil*
36.360 novos casos em 2018
17.380 homens 
18.980 mulheres
* estimativa do Inca