Casa de passagem permanece desativada
A prefeitura de Bento Gonçalves deve reestudar o projeto que criou a Casa de Passagem Wilson Maria, inaugurada em janeiro de 2011 junto ao Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) no centro da cidade. O local deixou de atender moradores de rua em outubro do ano passado. A suspensão nas atividades ocorreu em virtude da crise financeira sem precedentes durante o governo Roberto Lunelli, que acarretou na demissão dos funcionários. O espaço poderá ser destinado para abrigar o Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência (Revivi).
A casa possuía 13 leitos e em seu primeiro ano de funcionamento, cerca de 690 pessoas em situação de rua passaram pelo local. Isso representa menos de dois atendimentos por dia. A interrupção dos trabalhos ocorreu em função da demissão dos monitores, auxiliares de limpeza e da assistente social contratados através de uma empresa terceirizadora de mão de obra. O baixo índice de procura por atendimento levou a atual secretária de Habitação e Assistência Social (Semhas), Rosali Faccio Fornazier, a reanalisar o programa. “A demanda era baixa e os que apareciam para atendimento muitas vezes não se enquadravam nos critérios da casa ou não se adaptavam”, destaca. Entre as exigências para pernoitar na casa estavam: passar por avaliação de uma equipe técnica do Creas, não ter passagens pela polícia, não estar em conflito com a lei e nem estar em estado de alcoolismo ou drogadição.
Classificada como um serviço de alta complexidade do Sistema Único da Assistência Social (Suas), a Casa de Passagem atendia homens adultos em situação de risco pessoal e social, abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontravam-se temporariamente impossibilitadas de cumprir sua função de cuidado e proteção. Os internos recebiam um kit de higiene pessoal e alimentação, além de contarem com outros benefícios de cunho assistencial.
Uma reunião entre os órgãos responsáveis pelo programa deve definir os rumos de atendimento para esse público. Conforme Rosali, ainda não há uma data definida para que a análise aconteça.
Transferência
Com a desativação o local, a secretaria estuda a possibilidade de transferência do Centro Revivi, que atualmente funciona na rua Cândido Costa, para o espaço. O Revivi englobaria os trabalhos realizados pelo Creas, que tem como prioridade o atendimento de crianças, adolescentes e idosos, entre outras pessoas que passam por situações de ameaça ou violação de seus direitos. A modificação ainda não tem prazo para acontecer.
Casa de Passagem Wilson Maria
Tempo de funcionamento: 21 meses (de janeiro de 2011 a outubro de 2012)
Número de pessoas atendidas: cerca de 690
Motivo do fechamento: demissão de funcionários terceirizados, causada pela crise financeira ocorrida no segundo semestre do ano passado
Situação atual: aguardando análise da Semhas, com possibilidade de tornar-se sede do Centro Revivi
Reportagem: Katiane Cardoso
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