Casas históricas passam por restauro

Duas casas que integram o acervo arquitetônico do município de Santa Tereza estão em processo avançado de restauração. Uma das casas em questão é a de propriedade da família Ferri, tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em novembro de 2010, e a outra pertence à família Miele (foto). As obras em ambas iniciaram no final do ano passado e atualmente estão em fase de cobertura do telhado. A previsão é de que até o fim deste ano estejam completamente concluídas e entregues para a comunidade.

A recuperação da Casa Ferri traz maior tranquilidade à população, que temia o desabamento e a provável perda de elementos essenciais para a restauração, visto que, por muito tempo, ficou escorada para não desabar. A casa foi construída em 1910 e funcionou como a primeira fábrica de gaitas do país, padaria e pensão.

A chefe do escritório técnico do Iphan e fiscal da obra, Paula Lovatel Soso, lembra que o instituto realizou duas licitações, uma destinada para o projeto e a outra, no ano passado, para a execução da obra. Segundo Paula, a casa de madeira estava com a estrutura praticamente toda comprometida, em função da ação de insetos e enchentes. “Conseguimos preservar muitas das características originais da Casa Ferri e elevamos em um metro o projeto, para não correr mais riscos de ter a casa alagada pelas enchentes. Além disso, o projeto de restauro inclui normas de acessibilidade e um anexo para banheiros, que o projeto original não contemplava”, salienta.

A Casa Miele também está com cerca de 70% da obra concluída, segundo a arquiteta responsável pelo projeto, Renata Tosi. Segundo ela, foram conservados 80% dos elementos da obra original. “A parte da madeira estava mais comprometida e está sendo restaurada, assim como a alvenaria, já as esquadrias conseguiremos manter as originais”, afirma.

A arquiteta explica que, assim como na Casa Ferri, nesta também foram feitas algumas intervenções como a construção de banheiros e rampas de acesso. “Além disso, projetamos aberturas no porão e piso, parte dele permanecerá em chão batido para conservar a história da casa”. O imóvel foi utilizado como residência, sapataria e barbearia.

Um dos proprietários da Casa Miele, o advogado Gustavo Miele, diz que está satisfeito em ver que o projeto iniciado há anos pela família, está se materializando, seguindo todas às orientações do Iphan. Ele destaca que a aplicação de recursos próprios da família para o restauro “justifica-se pela preservação da memória da nossa família, pela preservação da arquitetura de uma época de desenvolvimento da região, pela preservação do patrimônio histórico e também porque faz bem para a comunidade”.  

O prefeito, Diogo Siqueira, afirma que o restauro destas casas e de pelo menos outras duas que precisarão passar pelo mesmo processo de restauração, “visa preservar o valor histórico e arquitetônico do município, além disso, teremos soluções para questões urbanísticas de Santa Tereza. Outra vantagem é de que daremos maior satisfação aos moradores e atrairemos a atenção de novos visitantes para o município, local que já serviu de cenário para várias produções artísticas nacionais”.


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