Caso Bernardo: madrasta diz estar arrependida e que “errou muito”
Presa desde 2014, Graciele Ugulini afirma não ter participação direta na morte de Bernardo
Condenada pela morte do menino Bernardo Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini diz estar arrependida do envolvimento no crime. A afirmação aconteceu durante uma entrevista concedida para um programa da Record TV, na noite do último domingo, 10/12.
Presa desde 2014, Graciele garante não ter participação direta na morte de Bernardo, mas afirma ter “errado muito”.
“Peguei o caminho da morte, peguei o caminho da destruição. Errei muito. Tem muitas coisas que se apagaram da minha cabeça há muito tempo”, afirmou.
Também durante a entrevista, Graciele relatou que o Bernardo tomou remédio por conta própria, o que acabou o levando a morte.
“Bernardo disse que estava com enjoo e dei remédio para ele. De repente, olhei para ele e estava com o olho fechado, saindo uma espuma branca da boca. Abri minha bolsa, comecei a vasculhar e vi uma cartelinha de remédio vazia”. Segundo ela, o desespero com a situação gerou medo de ir ao hospital.
Graciele, assim como o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, também foi condenada pelos crimes de tortura, abandono material e submissão a vexame e constrangimento cometidos contra o menino. Sobre o relacionamento familiar, ela diz que havia brigas entre eles, mas nunca agressão física.
Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014 na cidade de Três Passos, aos 11 anos. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, em Frederico Westphalen, enterrado às margens de um rio.
Quatro pessoas foram condenadas pela morte: o pai, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia.
Todos foram condenados por homicídio em 2019. No entanto, a sentença de Leandro, considerado mentor do assassinato pelo Ministério Público, foi anulada pelo Tribunal de Justiça em 2021.