Caso de jovem morta em Bento em 2021 será julgado na próxima segunda, 31/10

Joana Fabris Deon morreu após ser baleada na região do tórax em 17 de julho de 2021; o acusado é Paulo Eduardo Scaravonatto, seu então namorado

Foto: Arquivo pessoal

Na próxima segunda-feira, 31/10, a partir das 9h, direto do Fórum de Bento Gonçalves, acontece o júri do caso Joana Fabris Deon, jovem morta na madrugada de 17 de julho de 2021, quando tinha apenas 19 anos, no bairro Ouro Verde. O réu é Paulo Eduardo Scaravonatto, na época namorado de Joana e que também tinha 19 anos.

Siane Fabris, mãe de Joana, afirma que espera que o acusado entenda e assuma seus atos. “Se eu pudesse decidir, diria: ‘conte a verdade, se arrependa, peça desculpas a Deus e tente ser o melhor possível nesta encarnação para quitar um pouco do débito. Cumpra a Lei dos Homens, a Lei de Deus virá’”, disse.

Segundo Siane, desde a morte da filha, ela tem encontrado forças por meio do espiritismo. “Quando estudamos o espiritismo, temos outro entendimento de Justiça, do bem e do mal. ‘Os maus progridem e os bons sofrem, porque o bom de hoje é o mau de ontem, ou o bom de hoje é alguém que tem a chance e a desperdiça. Amanhã voltará no eito do sofrimento.’ A Lei manda amar. Eu vivo para um dia me reencontrar com a Joana e viver uma vida na Terra sendo a mãe dela e morrer antes”, afirma. “Não carrego ódio e nem rancor, apenas saudades da minha filha”, concluiu.

O caso

Após Joana ser baleada, levada ao Hospital Tacchini e falecido, o que teria acontecido com a jovem ganhou diferentes versões. No primeiro momento, Scaravonatto relatou aos policiais que se tratava de um assalto e que Joana teria sido baleada. Horas mais tarde, na Delegacia de Pronto Atendimento, ele reiterou a versão antes dada aos policiais militares e foi liberado. Com isso, o fato foi inicialmente registrado como latrocínio, roubo seguido de morte.

No entanto, algumas horas depois, os rumos das investigações mudaram após o pai do jovem comparecer ao plantão policial e declarar que o filho havia matado a moça com uma arma de fogo.

A partir dessa informação, diversas diligências foram realizadas pelas seções de Investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves e da DEAM de Bento Gonçalves, bem como pelo Serviço de Inteligência da Brigada Militar.

Em uma das diligências foram localizados os pertences da vítima, tendo a confirmação de que a residência do rapaz era a cena do crime a partir da realização de perícia no local com a aplicação da técnica do luminol. Ainda, conforme a Polícia Civil, foram coletados depoimentos de testemunhas importantes para o esclarecimento do fato. Ele teve a prisão preventiva decretada a pedido da delegada titular da Delegacia de Polícia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Deise Salton Brancher.

*Matéria atualizada às 14h35 com a retirada de uma informação de confissão do crime pelo réu. Segundo sua defesa, isso não aconteceu.