Caso Luciano Gabardo está sendo julgado

Passados quase sete anos do trágico acidente de trânsito que culminou na morte de Luciano Gabardo, o acusado, Alexandre Ferreira dos Santos, está sendo julgado pelo crime de homicídio simples. O julgamento iniciou às 9h desta quinta-feira, dia 6. O corpo de jurados é composto por seis homens e uma mulher. A defesa do réu está sendo realizado pelo defensor público Rafael Carrard e a acusação pelo promotor público Sávio Vaz Fagundes.

Durante a manhã, o réu foi ouvido e afirmou que, diferente do que está na sentença de pronúncia, ele não dirigia embriagado e que a sinaleira estava com o sinal verde para ele. “Eu somente lembro que o sinal estava verde. Em função da batida, eu desmaiei e acordei quatro horas depois. Antes do acidente, havia parado em um hotel, onde tomei duas taças de vinho, mas não estava embriagado por já estar acostumado, uma vez que sou enólogo. Fui abordado por um funcionário do local, que afirmava que eu não estava bem, mas eu estava. Fui dirigindo até em casa e acabei sendo agredido por esse funcionário e por um taxista. Eles queriam cobrar a corrida, mas eu me neguei a pagar, pois não havia solicitado o serviço”, descreveu o réu.

Segundo o seu depoimento, depois de ter parado em casa, ele decidiu que precisava ir até seu local de trabalho, na avenida Osvaldo Aranha, para trocar a escala de trabalho com outro colega. “Era mais fácil falar pessoalmente pois eu não tinha o telefone dele. Por isso, decidi pegar meu veículo e ir até lá. No meio do percurso o acidente aconteceu. Acredito que eu estava dirigindo entre 60, no máximo 65 quilômetros por hora. Só lembro de uma luz branca, rápida, passando em frente ao meu veículo”, disse. Com a colisão, Santos sofreu fraturas no braço, cortes da cabeça e escoriações pelo corpo.  

Questionado pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo sobre se estava usando o cinto de segurança, ele afirmou não lembrar. “Pelo que me falaram, eu fui retirado debaixo do veículo da vítima”, relatou Santos. “São sete anos sem dormir, sem paz. Sete anos ouvindo notícias que não dizem o que realmente aconteceu. Queria ter paz. Não tive culpa, somente queria ter paz”, declarou ao final do seu interrogatório.

O pai da vítima, o vereador e futuro vice-prefeito da cidade, Mário Gabardo, juntamente com a esposa e familiares está acompanhando o julgamento.

O caso

O acidente aconteceu na madrugada do dia 21 de dezembro de 2005, por volta da 1h. Conforme a sentença de pronúncia, Santos conduzia seu veículo Ford/Explorer, pela rua Olavo Bilac, em estado de embriaguez e em alta velocidade, quando, no cruzamento com a rua 13 de Maio, passou o sinal fechado, colidindo contra o automóvel Peugeot/206 conduzido por Gabardo, que trafegava no sentido contrário. O advogado , então com 27 anos de idade, morreu na hora.

Reportagem: Katiane Cardoso

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