Caso Paese: 15 anos após o crime, pena de 15 anos

O primeiro julgamento do ano em Bento Gonçalves foi realizado na última quinta-feira, dia 20, no salão do tribunal do júri. No banco dos réus estava o andarilho Rogério Antônio Martins de Quadros, 36 anos. Ele foi acusado pela morte do taxista Sérgio Paese e respondeu pelo crime de homicídio qualificado, ocorrido em 1999. Na época, o assassinato chocou a comunidade e se tornou um dos mais misteriosos casos policiais do município. Depois de pouco mais de seis horas de trabalhos, os jurados condenaram o réu a 15 anos de reclusão em regime fechado no Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Deste total, 2 anos e 8 meses já foram cumpridos – Quadros estava preso desde 2011.

O acusado, que acabou confessando ter matado de forma brutal o taxista, só foi descoberto 12 anos depois do crime, em agosto de 2011. Na época, o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia, Álvaro Pacheco Becker, comemorou a prisão de Quadros. “Estamos muito satisfeitos por ter conseguido elucidar este crime e prender os responsáveis. A participação da comunidade neste processo foi imprescindível”, disse. Becker reassumiu a investigação iniciada pelo então delegado da 1ª DP, hoje titular da Polícia Civil em Garibaldi, Clóvis Rodrigues de Souza.

Quadros tem antecedentes por posse de entorpecentes e pequenos furtos. A polícia chegou até o acusado depois de receber denúncias da comunidade de que ele estaria ameaçando pessoas e se vangloriando por ter matado um taxista e nunca ter sido pego. Inicialmente, ele negou participação, mas depois, segundo a Polícia Civil, não apenas confessou, como apontou o nome do cúmplice, um adolescente que na época tinha 17 anos de idade e confirmou a participação da dupla no assassinato. No caso do andarilho, o crime ainda não prescreveu – o prazo é de 20 anos e passaram-se 15 – o que não acontece com o outro envolvido, menor de idade na época. Nesse caso, o tempo decorrido entre o crime e a acusação é de no máximo 10 anos.

 

Relembre o caso

Sérgio Paese desapareceu no dia 13 de março de 1999, um sábado. Duas pessoas testemunharam quando dois passageiros entraram no táxi que ele dirigia, estacionado no ponto em frente à igreja Santo Antônio, no centro de Bento Gonçalves, por volta das 18h50. O corpo do taxista foi encontrado dois dias depois, em um local de difícil acesso próximo ao Aeroclube, com marcas de ferimento a faca no lado direito do peito e sinais de degolamento. O táxi Monza que ele dirigia foi encontrado três dias depois, na linha Leopoldina. Apesar de seguir diversas pistas, a investigação não conseguiu provar o que aconteceu e o inquérito acabou arquivado no ano de 2003. Em fevereiro de 2011, investigadores da Polícia Civil conseguiram novas evidências e reabriram o inquérito. Eles chegaram até o acusado seis meses depois. Ele foi reconhecido por uma testemunha, que confirmou através de foto tê-lo visto entrando no táxi no dia da morte de Paese. Aos policiais, ele contou detalhes que não haviam sido divulgados na época e que conferem com o que foi apurado durante as investigações. A Justiça decretou a prisão preventiva no dia 2 de agosto de 2011 e ele foi recolhido ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves.

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