CCS pagou apenas coveiros e garis

A CCS Serviços Terceirizados, empresa que mantém cerca de 250 profissionais na área de prestação de serviços, também está com pagamentos atrasados. No dia 30 de outubro, a prestadora pagou o vale-alimentação a todos os funcionários. Os salários de outubro, no entanto, foram pagos apenas para coveiros e garis, o que equivale a 40 profissionais, com valores do caixa da empresa. Os demais trabalhadores ainda seguem sem receber a remuneração relativa ao mês de outubro. O valor total do contrato entre a prefeitura e a CCS é de R$ 831 mil mensais, não inclusas nesse montante as horas extras. 

O gerente do contrato em Bento Gonçalves, Fernando Burkhard, depôs à CPI de Finanças instaurada pela Câmara de Vereadores nesta semana. Ele esteve acompanhado pelo diretor de contratos da CCS, Frederico Taylor. Burkhard explicou aos vereadores que o último pagamento integral foi feito em julho, referente ao mês de junho. Em agosto, segundo ele, apenas parte do valor foi acertado. O gerente conta que nas vezes em que conversou sobre os atrasos com o ex-secretário Olívio Barcelos de Menezes, nenhuma justificativa foi dada, apenas teriam sido feitas promessas de novos prazos. 

Fundo do Meio Ambiente

No início da semana o Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente (Comdema) havia sinalizado a possibilidade de fazer uso de R$ 250 mil do caixa do fundo do Meio Ambiente para pagamento à CCS, priorizando coveiros e garis. Entretanto, uma das condições para fazer uso da verba era aval do Ministério Público (MP). Como o órgão não tem caráter consultivo e os trabalhadores em questão já tiveram seus pagamentos regularizados por parte da empresa, o presidente do Comdema, Gilnei Rigotto, encaminhou ofício aos demais conselheiros avisando que a decisão sobre a possibilidade de uso deste valor será debatida na próxima reunião ordinária, no dia 11 de dezembro. O fundo tem atualmente cerca de R$ 450 mil em caixa.

O pedido para priorizar pagamento de garis e coveiros foi feito pela procuradora-geral do município e secretária interina de Finanças, Simone Azevedo Dias, o que demonstra que há falta de comunicação entre a empresa e a prefeitura. A justificativa é de que seriam serviços essenciais à população. No início de novembro, o município já havia tentado extinguir fundos municipais para regularizar salários atrasados. Sem o aval dos vereadores, a proposta não foi levada adiante. Ainda não há definição de quando e como será quitado o restante do valor devido aos colaboradores terceirizados.


13º salário ameaçado

Os servidores públicos municipais ainda não têm certeza de que receberão neste ano a segunda parcela do 13º salário. A proposta da prefeitura para realizar o pagamento seria que cada servidor realizasse um empréstimo pessoal a ser pago pela prefeitura. Durante assembleia realizada na noite da última quarta-feira, dia 28, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserp) rejeitou a proposta. 

De acordo com a presidente do sindicato, Neura Zat, não há a certeza de que o futuro prefeito teria condições de quitar os valores do empréstimo, correndo o risco de o servidor ter que arcar com os custos. Mesmo assim, segundo Neura, a proposta deve ser encaminhada para a apreciação dos vereadores. Se aprovada, o servidor tem a opção de recusar o empréstimo. A prefeitura ainda não sinalizou outra alternativa caso não haja consenso. O Executivo também encaminhará à Câmara proposta de suplementação orçamentária para possibilitar o pagamento dos salários de novembro, acerto que deveria ocorrer na próxima semana. 

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