Cerca de 30% das internações COVID-19 evoluem para casos graves, afirma médica
Nesta semana a diretora de divisão hospital do Tacchini Sistema de Saúde, Roberta Pozza, e o superintendente do hospital, Hilton Mancio, responderam uma série de questionamentos da imprensa local. Entre algumas das declarações, Roberta destacou os casos graves da COVID-19, que continuam sendo registrados no Tacchini, a exemplo da primeira semana deste ano, em que o hospital atingiu 106% de lotação na UTI. “Percebemos que uma parcela que acaba tendo indicação de internação, porque precisa de suporte de oxigênio, de manejo da nossa equipe de fisioterapia respiratório e todos os cuidados médicos e de enfermagem, acaba evoluindo para casos mais críticos”, comenta. “Cerca de 30% dos pacientes que internam acabam precisando usar a estrutura da UTI”, complementa. Ainda conforme a médica, esse quantitativo tem se mantido estável desde o início da pandemia.
Roberta também destacou os casos em que pacientes mais jovens também precisam de cuidados intensivos. “Então aquela segurança de não ter nenhuma doença [comorbidade] e ser jovem, não existe. Também não há garantia de que, depois da infecção, a pessoa ficará imune”, ressalta. “Isso reforça a necessidade da manutenção dos cuidados por todos”, complementa.
De acordo com o superintendente do Tacchini, Hilton Mancio, a pandemia continua sendo marcada por uma série de perguntas ainda sem respostas. Para lidar com o momento incerto, o Tacchini desenhou um novo cenário a partir da segunda onda, a fim de orientar e estruturar as equipes. “Entendemos que o primeiro semestre deste ano iríamos viver esse novo pico da pandemia, exatamente como aconteceu no primeiro, com todas as restrições e cuidados”, explica. “O segundo semestre deve acompanhar o que aconteceu logo após o primeiro pico, apresentando uma queda gradativa que se estenderia até o terceiro trimestre. Em nossos planejamento, consideramos que voltaríamos ao normal entre o final de 2020 até o último trimestre de 2021”, continua.
Apesar das incertezas, Mancio frisa que a pandemia em Bento Gonçalves não se assemelhou ao cenário “catastrófico” registrado em outros locais, como na Itália. “Usamos no máximo 55% dos nossos respiradores, no momento mais crítico. Temos mais respiradores que leitos de UTI, um em cada bloco cirúrgico. Então não chegamos ao momento de ter que invadir esses leitos para alocar pacientes”, comenta.