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5 mil crianças inseridas no esporte, em Bento, afirma secretário de Esportes

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Secretário Eduardo Viríssimo destaca que a transformação da cidade e da sociedade ocorre através das crianças, dando oportunidades de desenvolvimento

Foto: Suellen Krieger

Com a crença de que o trabalho da Assistência Social é uma ferramenta que, por meio do esporte, pode impactar e transformar vidas, o secretário municipal de Esportes e Desenvolvimento Social de Bento Gonçalves, Eduardo Viríssimo, afirma que toda equipe trabalha com a missão de olhar para trás e perceber que mudou números. “É preciso ter um propósito, querer deixar um legado”, afirma.

Viríssimo destaca que com a amenização da pandemia de COVID-19, o ano de 2022 apresentou um crescimento muito grande em todas as áreas, tanto no Desenvolvimento Social, quanto no Esporte. De acordo com o secretário, a pasta promove editais para conseguir ajudar e dar suporte financeiro para entidades esportivas. “Como contrapartida, a gente teve um crescimento exponencial dentro do esporte. Foi um dos anos em que a gente mais conseguiu investir, tanto no educacional, quanto no rendimento”, comemora.

Também foram realizados investimentos na parte estrutural, com a criação de novas ferramentas dentro dos bairros. “Quadras esportivas, projetos que ainda não estão prontos, mas quando estiverem, vão impactar fortemente dentro do esporte, como obras esportivas que dão resultado muito importante dentro do esporte”, afirma.

Além disso, foi lançado em 2022 e será relançado neste ano, um edital de obras, específico para entidades que precisam fazer reformas, mas não tem condições financeiras. “Associações, clubes, entidades que não conseguem fazer reformas dentro dos seus espaços, como, por exemplo, um vestiário, um alambrado de campo de futebol, um telhado, uma quadra esportiva, que são valores altos, pois eles conseguem fazer a manutenção básica, mas não conseguem fazer reforma de alguns itens, porque se tornam muito caros”, explica.

Após passar pela parte burocrática, as entidades que se enquadram nas regras, recebem uma ajuda financeira. “Tem que passar pelo Conselho de Esporte, por uma comissão existente dentro do município e com aprovação de todos, com a documentação, com a parte legal e também a parte técnica, é concedido um valor, um recurso que possa ajudar essas entidades a melhorar os equipamentos esportivos e desenvolver a prática esportiva”, afirma.

De acordo com Viríssimo, para ajudar principalmente as crianças a se envolverem com o esporte, algumas entidades participam dos editais e, como contrapartida, oferecem atividades para os alunos no contraturno escolar. “Com isso, no esporte, temos a inclusão de cerca de cinco mil crianças.”

O secretário destaca que essas crianças que se envolvem com o esporte estão se desenvolvendo em diversas áreas, não só na parte esportiva. “Além da parte educacional, elas se desenvolvem com os valores que existem dentro do esporte, da convivência, da inclusão social. Essa parte do desenvolvimento social com o esporte é um casamento que deu muito certo. Para nós é de extrema alegria”, salienta.

Por isso, ele fala que a transformação da sociedade vem por meio das crianças. “Tanto eu quanto o prefeito Diogo Siqueira [PSDB], quando a gente senta para conversar, a gente entende que se tem alguma coisa que a gente vai conseguir transformar na nossa cidade e na nossa sociedade é através das nossas crianças, fazendo com que elas cresçam tendo oportunidades e uma formação digna”, enfatiza.

Ministério do Esporte

No início de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recriou o Ministério do Esporte. Segundo Viríssimo, a antiga Secretaria Especial do Esporte, criada no governo Jair Bolsonaro (PL), não atendia às demandas do setor. “Nós apresentávamos as demandas, mas muitas vezes não tínhamos retorno, porque o programa não ampliava, não tinha disposição de recursos, os recursos atrasavam. Um dos programas que para nós é bem importante, o Programa de Aquisição de Alimentos, que a gente comprava dos agricultores e entrega nas instituições assistenciais, a gente não tem mais, então, são coisas pontuais, mas no geral a gente conseguia manter tudo”, afirma.

Viríssimo afirma que ainda não teve contato com a nova gestão, mas que pretende ter agendas em Brasília. “Agora, com a nova roupagem que se apresenta no novo governo, que eu acho que ainda não está organizada, porque a gente está há alguns dias tentando algumas agendas em Brasília, justamente para entender, para visitar, para se colocar à disposição e também para entender os programas que lá tem para a gente conseguir entrar nos novos conformes”, finaliza.

Pobreza da população

Um levantamento feito em 2022, pela prefeitura de Bento Gonçalves, apontou que no município existem 5.364 pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, que recebem, per capita, até R$ 105 por mês, e em situação de pobreza, ou seja, que recebem, per capita, entre R$ 105 e R$ 210 mensais.

Com diversas ações e frentes de trabalho voltadas especificamente para esse público, Viríssimo afirma que o número é alarmante. “A gente sabe que uma família que recebe esse valor não consegue ter as coisas básicas, mínimas para a vivência normal”, afirma.

Para essas famílias que lutam para sobreviver com o mínimo, a pasta realiza uma busca ativa, em união com um conjunto de pessoas, envolvendo secretários adjuntos, CRAS, CREAS e Cadúnico, para entender o que cada uma delas precisa para reverter a situação e ter uma vida mais digna. “A gente leva para essas famílias um trabalho diferenciado, com um conjunto de pessoas, para entender o que essas pessoas mais precisam: se é trabalho, se é alimento, se é capacitação para se incluir melhor no mercado de trabalho, se precisa refazer alguma documentação”, afirma.

De acordo com o secretário, só em 2022, no Acessuas Trabalho, departamento que faz parte da secretaria de Assistência Social, foram realizados mais de cinco mil encaminhamentos entre currículos de trabalho e em encaminhamentos direto para emprego.

“Esse departamento vai aos CRAS durante a semana, faz a captação das pessoas, interpreta o que elas precisam e faz o encaminhamento. Se a pessoa está sem trabalho, ela capta o que a pessoa pode fazer, faz um currículo e encaminha para o mercado de trabalho para tentar fazer essa ponte de onde a pessoa está para onde ela precisa ir”, explica.

Também são ofertados diversos cursos para capacitar as pessoas e prepará-las melhor para entrar no mercado de trabalho. “A gente tem oferecido curso de garçom, curso de auxiliar de camareira, auxiliar de cozinha, corte e costura, básico de informática, atendimento às pessoas”, cita. Por outro lado, o Balcão de Oportunidades está com 500 vagas em aberto. “Essa conversação entre os setores do Poder Público, entre quem precisa e quem pode oferecer, tem acontecido diretamente. Inclusive, temos cases que deram certo”, comemora.

Avanço na habitação

Outro setor que avança é a habitação. Em 2022, os moradores do bairro Zatt receberam uma boa notícia: ao todo, 640 lotes do bairro serão regularizados. Isso se tornou possível porque o município foi selecionado no Programa de Regularização Fundiária e Melhoria Habitacional, do Governo Federal, para receber um financiamento de R$ 2.584.320,00, que será utilizado com esse objetivo.

A regularização permite que todas as famílias tenham endereço formalizado, garantia de segurança jurídica do imóvel, proteção contra despejos, além de valorização imobiliária, que passa a ter matrícula individualizada junto ao Registro de Imóveis. Outro benefício é a possibilidade de regularizar as construções sobre o lote, acesso a linhas de crédito e transmissão do imóvel aos herdeiros, por meio de herança, quando do falecimento do proprietário.

“O maior bloco já feito no município de Bento Gonçalves está em andamento, no Zatt, com um recurso que a gente captou em Brasília. Conseguimos fazer um credenciamento de mais de 400 famílias e agora a gente conseguiu ampliar, quase chegamos a 640 famílias. Vai ser a maior entrega de Regulação Fundiária em bloco pela Habitação”, salienta.

Casa de Passagem

A Casa de Passagem de Bento Gonçalves, inaugurada em maio de 2019, também fica aos cuidados da secretaria de Assistência Social. O espaço, localizado no bairro Maria Goretti, tem o objetivo de abrigar, por determinado período, os moradores de rua ou pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Não é uma casa só para moradores de rua, mas também para quem precisa de um lugar para dormir, então, sempre que alguém precisa vai lá ou vai ou passa por um atendimento no CREAS que encaminha quem precisa”, explica.

O local consegue abrigar até 25 pessoas, que podem ficar por até 15 dias, aproximadamente. “A época da safra e o inverno tem demanda maior. É difícil tirar as pessoas da rua, os que não saem é porque não querem, porque o pessoal sabe o nome, sabe quem são, sabem tudo, então é uma escolha mesmo”, afirma.

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