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Chimarrão: uma tradição dos gaúchos que tem atravessado épocas e fronteiras

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No último dia 24 de abril foi comemorado o Dia Estadual do Chimarrão, bebida típica do Rio Grande do Sul que nasceu com os povos originários

Chimarrão: uma tradição dos gaúchos que tem atravessado épocas e fronteiras
Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

Estabelecido pela Lei Estadual nº 11.929, de 20 de julho de 2023, dia 24 de abril, na última quarta-feira, foi comemorado o Dia do Chimarrão no Rio Grande do Sul. Símbolo dos gaúchos, o chimarrão faz parte do dia a dia de milhões de pessoas. Seja logo cedo pela manhã, ou à tardinha, no inverno ou no verão, o mate, popularmente conhecido, é um bom companheiro.

Para o consumo do chimarrão é feita uma infusão de erva-mate dentro de uma cuia, em geral feita de porongo. Uma bomba feita de metal cumpre a função de canudo.

O mate tem sua origem desde antes da colonização européia na América do Sul. A bebida surge como prática comum entre os povos originários Guarani, Kaingang, Aimará e Quíchua, que habitavam o Sul do Brasil e outros países próximos a essa região. Nessa época, as cuias eram feitas de taquara, madeira, chifre de boi e também de porongo. A bomba utilizada era de taquara.

Ilvandro Barreto, engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar e coordenador da Câmara Setorial da Erva-Mate, comenta que o chimarrão é perpetuado entre as gerações e proporciona uma sociabilidade muito afetiva através da convivência, por exemplo, quando o chimarrão é compartilhado com amigos e familiares em uma roda de conversa. 

Barreto afirma que a bebida traz consigo a história da formação desta terra e, principalmente, da formação da personalidade do gaúcho. A respeito do mate, o engenheiro agrônomo acrescenta que, “quando tomado solito [sozinho], proporciona momentos de reflexão” e chama isso de “a intimidade do mate de cada mateador”.

O agrônomo salienta a importância econômica que o chimarrão desencadeia, assim como outras bebidas feitas com a erva-mate. Segundo ele, por volta de 14 mil produtores rurais cultivam a planta no RS, que conta com mais de 200 indústrias processadoras ervateiras. A produção anual no Estado gira em torno de 320 mil toneladas. Além disso, muitas famílias são envolvidas no cultivo do porongo, que dá origem à cuia.

Chimarrão: uma tradição dos gaúchos que tem atravessado épocas e fronteiras
Foto: Emater/RS

A dona Cleci Tomazzoni, que toma o seu chimarrão desde guria, conta que saborear um bom chimarrão é um ato saudável e que está na sua vida desde pequena. “E hoje eu continuo com este hábito, reunindo as pessoas para um bom mate e um bom bate-papo”, diz ela. 

Na visão do presidente do Sindicato da Indústria do Mate no Rio Grande do Sul (Sindimate), Álvaro Pompemayer, o ato de tomar chimarrão tem atravessado fronteiras. “O hábito do chimarrão tem cruzado os oceanos e hoje já se manda erva-mate para todos os cantos do mundo, nós estamos vendo um aumento nas exportações do produto e a indústria ervateira está tendo que se adaptar a estes novos mercados e demandas”, destaca. Segundo Pompermayer, dá para se destacar a Europa e a Ásia como mercados com crescente demanda. E a meta, de acordo com ele, é fortalecer, além da exportação, o consumo de erva-mate no país.

Chimarrão: uma tradição dos gaúchos que tem atravessado épocas e fronteiras
Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

“Onde o gaúcho estiver, no Brasil ou no exterior, estando com uma cuia na mão, o povo já sabe que é do Rio Grande do Sul, que é gaúcho”, lembra o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Alberto Tomelero. “Depois da água, é o produto mais consumido e mais lembrado no Sul do Brasil. E o mais consumido no Rio Grande do Sul, per capita. São, em média, 10 kg por habitante/ano.”

Patrimônio dos gaúchos

A erva-mate foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul, em 2023, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), envolvendo as formas de cultivo e comercialização. Ela também é a árvore símbolo do Rio Grande do Sul, reconhecida pela lei 7.439, de 8/12/1980. O ramo da erva-mate está presente na bandeira do Rio Grande do Sul, que data da Revolução Farroupilha, mas adotada oficialmente na Constituição de 1891.

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