China diz que detectou coronavírus em frango importado do Brasil

O governo chinês afirmou nesta quinta-feira (13/08) que uma amostra de asa de frango congelada importada do Brasil para a cidade de Shenzhen, no sul da China, testou positivo para o coronavírus.

A descoberta foi feita após uma pequena amostra da superfície ser retirada do lote e testada por centros locais de controle de doenças na última quarta-feira, 12/08, disse o governo chinês em um comunicado.

As autoridades de saúde de Shenzhen estão rastreando e testando todos os funcionários que podem ter entrado em contato com o produto alimentício contaminado, além de também testarem outros alimentos armazenados perto do lote infectado. Todos os resultados foram negativos, disse o governo.

A Sede de Prevenção e Controle de Epidemias de Shenzhen disse que o público precisa permanecer cauteloso quando se trata de carne e frutos do mar importados, e deve tomar precauções para reduzir os riscos de infecção.

A China informou na quarta que o coronavírus também foi encontrado na embalagem de camarões importados do Equador, sendo que várias outras cidades relatam casos de frutos do mar contaminados desde junho.

Como consequência, o governo chinês tem rastreado todos os contêineres de carnes e frutos do mar que chegam aos principais portos desde junho, quando um novo surto de COVID-19 na capital Pequim foi associado ao mercado de frutos do mar da cidade, Xinfadi.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (13/08), a Associação Brasileira de proteína animal afirma que está acompanhando o caso juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Confira a nota na íntegra:

"Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA

NOTA OFICIAL

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que o setor produtivo está analisando as informações de possível detecção de TRAÇOS DE VÍRUS em EMBALAGEM de produto de origem brasileira, feita por autoridades municipais de Shenzhen, na China.

Ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil está em contato para esclarecimentos com GACC (autoridade sanitária oficial da China), que fará a análise final da situação.

A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Ao mesmo tempo, o setor exportador brasileiro reafirma que todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos foram adotadas e aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global." 
 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também se manifestou por meio de nota, afirmando que não foi notificado pelo governo chinês. "Ainda na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa chinesa, o MAPA consultou a Administração-Geral de Aduanas da China – GACC buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação. Até o momento, o MAPA não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência", diz a nota.