Chuva não chegou a comprometer a safra

Ao contrário do mês de janeiro, quando choveu menos da metade do volume esperado, fevereiro começou bastante chuvoso. Nos primeiros oito dias do mês, o acumulado ficou em 123 milímetros, o que representa 88,5% dos 139 milímetros esperados para o todo o mês. Até agora, porém, o volume das precipitações não chegou a atrapalhar a safra de uva. Entretanto, os agricultores deverão ficar de olho no tempo nos próximos dias.

É o caso de Marciano Dall’Onder, produtor do distrito de São Pedro, que na próxima semana inicia o maior volume de colheita, que segue até metade de março. “Agora precisamos de sol para adoçar a fruta”, comenta. Na localidade, as perdas para a safra não foram tão grandes, se comparadas a outros distritos. O granizo, que castigou a Serra Gaúcha em dezembro passado, não atingiu São Pedro. Os maiores prejuízos para colheita ficaram por conta da seca. Dall’Onder tem 12 hectares plantados e, das 250 toneladas previstas para este ano, 40 toneladas já foram perdidas em virtude da falta de chuva. “Embora a produção seja menor, esperamos ganhar com o bom grau apresentado pelas frutas que estão sendo colhidas”, observa.

Desde outubro, as videiras vêm enfrentando um período de redução no volume de chuvas. Embora parte das lavouras tenha sido prejudicada pela estiagem, o clima foi bom para aumentar a qualidade das frutas. O engenheiro agrônomo da Emater Gilberto Salvador explica que o ideal seria não haver precipitação nos próximos 15 dias. “A chuva que caiu até agora serviu para engrossar os grãos. O problema é que a casca ainda não está totalmente cicatrizada. Se chover por vários dias consecutivos novamente, o risco de estourar os grãos é grande”, afirma.

Embora o volume de chuva tenha sido grande nessa primeira semana de fevereiro, em alguns dias as precipitações ficaram restritas aos finais de tarde, com predomínio do sol no resto do dia. Salvador explica que a condição é favorável para as videiras. “O problema é o tempo nublado, que favorece a umidade”, comenta.

Previsão

De acordo com a previsão meteorológica do Climatempo, a sexta-feira ainda deve ser de chuva em Bento Gonçalves. No final de semana, o sol deve predominar. A previsão é que o tempo volte a ficar chuvoso apenas na quarta-feira, dia 15, podendo estender-se também para quarta e quinta-feira seguintes.

Preço mínimo vinculado à qualidade

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou esta semana os novos valores do preço mínimo da uva. O reajuste geral é de 9,6% – a inflação do ano (6,5%) mais 3,1% de ganho real. Assim, a uva industrial (Isabel) passa de R$ 0,52 ao quilo para de R$ 0,57 ao quilo. Para receber o reajuste, o viticultor deve entregar uva com índice igual ou acima de 15 graus Babo (que representa a quantidade de açúcar, em peso, existente em 100g de mosto). De 13 Graus Babo para abaixo, não haverá reajuste no preço mínimo. Para as uvas viníferas, foi aplicado o mesmo percentual de aumento, igualmente valorizando a qualidade da uva. Para receber mais, o viticultor deve entregar uvas brancas acima de 17 graus Babo e tintas com, no mínimo, 18 graus Babo. 

Carina Furlanetto

 

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