Chuvas em Bento têm redução de mais de 60% neste verão
Enquanto no último verão foi registrada uma precipitação de 131,2 mm (de 01/12 a 06/01), no mesmo período deste ano foram apenas 49,8 mm
A falta de chuvas nos últimos meses tem provocado um forte período de estiagem em toda a região da Serra Gaúcha. Em Bento Gonçalves, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontam uma redução de 62% na quantidade de chuva entre dezembro e os primeiros dias de 2022. Enquanto no último verão foi registrada uma precipitação de 131,2 mm (de 01/12 a 06/01), no mesmo período deste ano foram apenas 49,8 mm.
Diante deste cenário, a prefeitura de Bento Gonçalves, por meio da secretaria municipal de Desenvolvimento da Agricultura (SMDA), promoveu na segunda-feira, 03/01, uma reunião juntamente ao Conselho Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (COMAPA). O encontro foi realizado na Agência Sicredi Agro, a fim de debater o cenário atual e pensar em ações futuras.
Na ocasião, o subprefeito de Tuiuty, Tiago Coser, destacou as ações juntamente com os agricultores. “Estou em contato direto com as famílias do distrito e auxiliando no que necessitarem. Nós temos a consciência do problema que é a falta de água que acarreta a nossa região e vamos buscar soluções”, disse.
Desde a semana passada, a prefeitura afirma que tem levado caminhões-pipa para os agricultores que necessitarem de água, a fim de auxiliar os animais e as plantações. A entrega já foi feita para famílias na Linha Eulália, em São Valentim e na Linha Zemith. “Saliento também que dúvidas em relação à falta de água podem ser esclarecidas através da subprefeitura ou então com a secretaria da Agricultura”, informou o secretário da Agricultura, Volnei Christófoli.
Prejuízos
Conforme o subprefeito de Tuiuty, Tiago Coser, um levantamento inicial nas comunidades do interior de Bento apontou um prejuízo médio de 40% a 60% nas plantações de uvas precoces. As perdas também são ressaltadas pelo chefe do escritório da Emater de Bento, Thompson Didoné, principalmente em relação à uva e aos citrus. “Hoje é evidente que se terá redução na quantidade de uvas e citrus. Mas tudo ainda é uma estimativa, porque a safra está começando agora”, comenta.
Em Bento, Didoné frisa o problema da falta d’água registrada em comunidades do interior, que têm prejudicado o dia a dia das famílias e de seus animais. “Nossa expectativa é que venha chuva o quanto antes, porque se não vier, a questão vai se agravar. O nível de água está diminuindo bastante e os agricultores relatam que os reservatórios aguentam, no máximo, mais uma semana”, lamenta. Entre a noite de segunda, 03/01, e a noite de quarta, 05/01, houve uma chuva significativa de cerca de 20 mm em Bento. Mesmo assim, Didoné afirma que são necessárias “chuvas espaçadas, de 30/40/50 mm por vários dias, para poder reestabelecer a questão do déficit hídrico”.
Caso não seja registrado um período considerável de chuvas, o grupo fará uma nova reunião em cerca de 10 dias, para se pensar em novas estratégias de combate à estiagem. “Aproveito para ressaltar que as famílias que estiverem precisando de água entrem em contato com a prefeitura para que possam ser contempladas com o caminhão-pipa”, reforça.
O contato da secretaria municipal de Desenvolvimento da Agricultura (SMDA) é o (54) 3055-7167.
Em todo o Rio Grande do Sul, até o dia 30 de dezembro haviam sido contabilizadas 138,8 mil propriedades rurais atingidas pela estiagem em 6.340 localidades e mais de 5 mil famílias sem acesso a água. O levantamento da Emater, realizado a pedido da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), foi um dos temas discutidos na segunda-feira, 03/01, por representantes da pasta e das secretarias de Obras e Habitação (SOP), da Saúde (SES), do Meio Ambiente, de Infraestrutura (Sema) e da Defesa Civil, com o objetivo de trocar informações sobre a estiagem no Rio Grande do Sul.