Cigarro apaga 5 milhões de vidas por ano
Cada vez mais as pessoas querem deixar o vício de fumar, mas os números do tabagismo no mundo ainda são alarmantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do uso do tabaco. No Brasil a quantidade de fumantes caiu de 15,1% em 2010 para 14,8% em 2011, mas fumar ainda é um péssimo hábito de 18% da população. Campanhas como a do dia 31 de maio ajudam a conscientizar a população.
Segundo o médico pneumologista Alexandre Pressi, de Bento Gonçalves, o cigarro é a principal causa evitável de morte, pois está relacionado com quatro dos cinco motivos mais frequentes de óbito no Brasil: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame), câncer de pulmão e enfisema pulmonar.
De acordo com Pressi, embora a prevalência de fumantes esteja diminuindo, dentro do percentual de 18% da população que ainda fuma, no Brasil, aumentou o número de mulheres jovens fumantes. “A proibição do fumo em locais públicos foi impactante para reduzir essa prevalência, mas a proibição do uso de aditivos no cigarro para melhorar o sabor possivelmente não altere muito esses índices”, observa.
Outros malefícios relacionados ao cigarro são os quadros alérgicos, como a rinite, doenças infantis secundárias ao fumo materno ou dos pais no domicílio, gastrite, tumores malignos (esôfago, estômago, bexiga, entre outros), complicações do diabetes, câncer de colo uterino e menopausa precoce. “Embolia pulmonar é uma doença grave com alto risco de mortalidade, está muito associada ao hábito de fumar e uso de anticoncepcional oral”, alerta o especialista.
O cigarro causa muita dependência, pois libera uma substância chamada dopamina, que gera sensação de bem-estar. Quando o paciente interrompe o vício, surge a síndrome de abstinência. “Esse quadro consiste em irritabilidade, insônia, nervosismo, sudorese, taquicardia e tremores”, descreve o médico.
É importante a avaliação médica periódica do fumante, com consultas e exames, para descartar doenças iniciais. Apenas 5% dos fumantes conseguem abandonar o vício sem ajuda especializada. “O tratamento consiste em apoio psicológico, atividade física e uso de medicamentos, além de evitar fatores que estimulem o fumo”, recomenda.
Para Pressi, o uso de medicamentos revolucionou o tratamento do tabagismo, tornando muito mais fácil vencer o vício e reduzindo os sintomas da abstinência. “Cabe frisar que a decisão de suspender o vício é do paciente e esse deve seguir o tratamento proposto até o fim para evitar recaída”, destaca.
Estatísticas do vício
Segundo a OMS, o fumo é uma das principais causas de morte evitável, hoje, no planeta. Um terço da população mundial adulta, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, fuma: aproximadamente 47% da população masculina e 12% da população feminina fazem uso de produtos derivados do tabaco.
Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino mais do que triplica, em um total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes.
No Brasil, pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), indica que 18,8% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres).
Fonte: Ministério da Saúde
Tabagismo passivo
Define-se tabagismo passivo a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa:
Em adultos não fumantes:
*Maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça;
*Um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não fumantes que não se expõem.
Em crianças
*Maior frequência de resfriados e infecções do ouvido médio;
*Risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e asma.
Em bebês
*Um risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil);
*Maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.
Benefícios
Ao parar de fumar o corpo recebe benefícios constantes:
*Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
*Após 2 horas: não há mais nicotina circulando no seu sangue;
*Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
*Após 12 a 24 horas: seus pulmões já funcionam melhor;
*Após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e o seu paladar já sente melhor o sabor da comida;
*Após 3 semanas: você vai notar que sua respiração se torna mais fácil e a circulação melhora;
*Após 1 ano: o risco de morte por infarto já se reduziu à metade;
*Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)
Reportagem: Alexandra Duarte
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