Cinco cavalos sobreviventes de abatedouro ilegal serão resgatados por ONGs de Caxias
Proteção Animal Caxias (PAC) conseguiu a guarda dos animais que foram encaminhados para Hulha Negra, onde também seria abatidos. Agora, PAC e Soama aguardam a volta dos cavalos a Caxias do Sul para que possam ser tratados, adotados e terem um fim de vida digno
Na semana passada, a notícia sobre a Operação Hipo do Ministério Público, que desarticulou uma organização criminosa responsável por abater clandestinamente cavalos e vender a carne para estabelecimentos de Caxias do Sul, chocou a comunidade local. Mas além da comoção por aqueles animais que foram mortos, a Proteção Animal Caxias (PAC) e a Sociedade Amigos dos Animais (Soama), de Caxias do Sul, decidiram agir para encontrar os sobreviventes da ação criminosa. “Incansavelmente fomos atrás de informações. Ligamos para alguns meios de comunicação e para várias outras pessoas e as informações eram desencontradas ou nulas. Começamos a ficar desesperadas”, relatam as voluntárias da Soama.
Após contato com a promotora Janaína de Carli dos Santos, do Ministério Público de Caxias, foi elaborado um documento oficializando a intenção de assumir a tutela dos animais – quatro éguas, um cavalo e uma mula. “O pedido foi encaminhado para a Juíza da 4ª Vara Criminal de Caxias do Sul, doutora Maria Cristina Rech, que nos deu a guarda dos cavalos”, contam. Dessa forma, a Soama e a PAC assumiram de forma legal a tutela dos animais. Além disso, na ação judicial, as ONGs pedem que o Estado arque com os custos do transporte dos animais de volta à Caxias, “assim como foram para lá, queremos que tragam de volta”, ressalta a Soama.
Conforme informações do MP, a secretaria da Agricultura do Estado teria levado os cavalos para o município de Hulha Negra, onde seriam abatidos em “condições legais”. Agora, as ONGs aguardam a volta dos animais para Caxias do Sul, onde ficarão aos cuidados da Clínica de Grandes Animais da Universidade de Caxias do Sul (UCS), por meio de uma parceria com o professor Leandro Ribas. “Eles serão avaliados, passarão por exames e até o fim do ano encaminharemos os cavalos para seus novos lares, onde poderão ter um fim de vida digno”, comemoram as voluntárias. “Para nós, esses cavalos importam imensamente e jamais conseguiríamos ficar bem sem saber que final eles teriam. Como ativistas da causa, essa é nossa missão”, declaram.
Segundo as voluntárias, há uma grande lista de pessoas interessadas em adotar os animais assim que estiverem recuperados. Entretanto, elas ressaltam: os interessados na adoção passarão por entrevista e avaliação. Não serão doados para uso de cavalgadas, rodeios e montaria.
Apesar de ainda não haver informações concretas sobre quando os cavalos irão retornar para o município, as ONGs já comemoram toda a mobilização feita em prol dos animais. “Celebraremos a vida e não a morte e a ganância”, finalizam.