Cinco pessoas são resgatadas de trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza
Os trabalhadores já tiveram suas situações regularizadas e receberam as verbas rescisórias
Cinco trabalhadores do festival Lollapalooza foram resgatados de atividades análogas a escravidão. Os funcionários, que têm entre 22 e 29 anos, atuavam na preparação do evento na última terça-feira, 21/03, quando foi flagrada a situação.
Um dos resgatados relatou que eles trabalhavam cerca de 12 horas diárias no carregamento de bebidas para o evento, sendo obrigados depois pela “chefia a ficar na tenda de depósito, dormindo em cima de papelão e dos paletes, para vigiar a carga”, afirmou.
Nenhum dos cinco funcionários possuía vínculo empregatício formal com o evento. Segundo o auditor fiscal do Trabalho, Rafael Brisque Neiva, que participou da intervenção feita pela Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, os jovens dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão, sem receber papel higiênico, colchão, equipamento de proteção.
A empresa terceirizada responsável pelos cinco funcionários era a Yellow Stripe. Ela foi contratada pela Time 4 Fun, que é a responsável por fazer o Lollapalooza Brasil. Ambas as empresas foram notificadas pela situação em que os trabalhadores se encontravam, e serão responsabilizadas diretamente pelos crimes.
Os trabalhadores já tiveram suas situações regularizadas e receberam as verbas rescisórias e horas extras em atuação da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo
O festival começa nesta sexta-feira, 24/03 e se estende até domingo, 26/03.
Comunicado do Ministério Público do Trabalho na íntegra:
“O Ministério Público do Trabalho em São Paulo informa que na noite de ontem, 22/3, abriu procedimento para investigar caso de trabalho degradante na preparação do Festival Lollapalooza.
Na tarde de hoje houve a primeira audiência com as partes envolvidas e amanhã haverá outra. O procurador oficiante espera formar convencimento a partir das provas e dos depoimentos para decidir o caminho da atuação.
O MPT ressalta que os trabalhadores resgatados pela fiscalização do Trabalho na noite de ontem já tiveram suas situações regularizadas e receberam as verbas rescisórias e horas extras em atuação da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego.”