Cirurgias eletivas pelo SUS estão garantidas

Médicos e anestesistas que realizam cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Bento Gonçalves decidiram não paralisar os procedimentos nos próximos 60 dias, mesmo com pagamentos atrasados. A decisão foi tomada em assembleia realizada na quinta-feira, dia 4. Os vencimentos são referentes à parte do mês de julho (25%) e à totalidade do valor de agosto. O município mantém convênio com o Hospital Tacchini para as cirurgias eletivas e tem até 30 dias após a realização dos procedimentos para fazer o acerto. 

Segundo o diretor clínico do Tacchini, o cirurgião Sadi Spagnol Júnior, a opção por continuar a realizar os procedimentos foi tomada para que não haja prejuízos para a população. “Estipulamos um prazo de 60 dias e vamos ver como a situação vai se desenrolar até lá”, observa. Caso os pagamentos não sejam efetuados neste período, nova assembleia deverá ser agendada.  

Segundo informado pela assessoria de imprensa da prefeitura, em 2012 o município repassou R$ 16,148 milhões para o hospital e há uma pendência de R$ 80 mil, cujo valor já estaria sendo processado pela secretaria de Finanças. A informação extraoficial repassada aos profissionais era de que o restante dos vencimentos deveria ser pago até o final da semana passada, entretanto a promessa não foi cumprida até o fechamento desta edição. “É algo que nunca aconteceu antes”, estranha Spagnol.

Atraso na liberação 

O convênio mantido entre a prefeitura e o hospital prevê a  realização de 60 a 120 cirurgias mensais.  Entretanto, no mês de setembro, de acordo com Spagnol, foram realizados apenas 26 procedimentos. Segundo ele, a queda no número de cirurgias não está relacionada diretamente ao atraso nos pagamentos, já que o impasse se prolongou apenas durante duas semanas, tempo em que a categoria definia que atitude tomar diante do transtorno. Nesse período, alguns pacientes que estavam com as cirurgias agendadas e que não haviam passado por avaliação podem ter tido as operações canceladas. 

Conforme o cirurgião, a diminuição no número de procedimentos se deve a um atraso por parte da secretaria municipal de Saúde na liberação dos pacientes. “Não sabemos o motivo do atraso e não recebemos nenhuma explicação oficial”, pontua. Entretanto, essa versão é contestada pelo secretário de Saúde, Ivanir José Zandoná, que atribui a questão a fins eleitoreiros. “Não houve atraso na liberação. Foram liberados diversos pacientes. O que houve foi um boicote por parte dos anestesistas”, acusa.

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