Cisga quer definir gestão regional do lixo em 2014

Ainda neste ano, o lixo produzido por várias cidades da região serrana pode ter seu novo destino definido. Até o final de 2014, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga), formado por Bento Gonçalves e outros 11 municípios que somam uma população de cerca de 250 mil pessoas, pretende, ao menos, saber qual o projeto que tentará tornar realidade para o bloco nos próximos anos.

Apesar da expectativa otimista, a medida seria apenas o primeiro passo para começar a construir um novo cenário no manejo dos resíduos sólidos em nível regional. Nos últimos meses, os prefeitos que compõem o Cisga já conheceram várias propostas de gestão dos detritos, mas ainda devem buscar outras referências antes de dar mais corpo a uma discussão definitiva. 

Entre as possibilidades, estão estruturas de vários portes, que apresentam como resultado, por exemplo, a produção de adubos, biocombustíveis, gases e energia elétrica. Há, inclusive, propostas para tornar as próprias prefeituras parceiras nas receitas geradas. Em outras situações, a região apenas cederia um terreno apto para o empreendimento e o investimento viria todo de fora. Mesmo assim, o custo para destinação do lixo poderia reduzir consideravelmente.

O prefeito de Nova Roma do Sul e atual presidente do Cisga, Marino Antônio Testolin, ressalta que a pressa para decidir que modelo será adotado pela região vai muito além da necessidade de adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trata o próximo dia 2 de agosto como data-limite para elaboração dos planos municipais sobre o tema. “Não é apenas uma obrigação legal. Temos uma responsabilidade muito grande e precisamos resolver essa questão. E isso só vai ser feito se nos unirmos e deixarmos de pensar individualmente. É uma solução que demanda muitos recursos e, juntos, temos condições de ter um resultado melhor”, destaca Testolin.

Um dos motivos para agilizar a escolha de um projeto viável para a região é justamente a provável demora das etapas seguintes, que incluem a escolha de local, os licenciamentos da área, a efetiva instalação e o funcionamento do empreendimento. “Penso que precisaríamos dessa primeira definição neste ano, para depois podermos encarar toda a burocracia. É um tema bastante complexo, mas a necessidade é urgente”, completa o prefeito. No próximo dia 30, a pauta deve voltar ao debate em assembleia-geral do Cisga.


Gaseificação

O método demonstrado por representantes da empresa espanhola Inverjuvi Plataform System, o mais recente projeto apresentado ao Cisga, é o da gaseificação dos resíduos sólidos – o processo total dura oito horas e, como principais resultados, garante a produção de energia térmica, biocombustíveis e adubos, tirando de 92% a 98% de energia do resíduo sólido. O custo de instalação da estrutura para onde seria encaminhado o lixo da região seria de US$ 50 milhões, mas a própria empresa já traria um investidor.

Neste caso, aos governos municipais caberia providenciar uma área de cinco hectares, com os devidos licenciamentos e requisitos como acesso à rede de alta tensão para que a planta pudesse funcionar. O processo de instalação da estrutura, que em atividade geraria 80 novos empregos diretos, demoraria pelo menos 12 meses. 

Depois disso, as prefeituras assumiriam o compromisso de entregar, diariamente e por 25 anos, 250 toneladas de lixo para processamento, ao custo médio de R$ 8 a tonelada. Hoje, somados os gastos com coleta, transporte para o aterro sanitário e destinação final na cidade de Minas do Leão, a prefeitura de Bento Gonçalves paga mais de R$ 80 por tonelada.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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