Clima é de incertezas para a 16ª Fenavinho

Adiada para 2014, a 16ª edição da Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), que originalmente estava programada para este ano, ainda é uma grande incerteza. Não há, por parte da diretoria, confirmação de nenhum projeto em andamento e o clima que perdura na cidade ainda é de insegurança com relação à continuidade da festa que, desde 1967, deu projeção nacional ao município.

Nos bastidores, o principal temor é de que, a três meses do fim do ano, não haja tempo suficiente para promover o evento. Outro obstáculo seria a realização, entre 20 de fevereiro e 9 de março, da Festa da Uva, em Caxias do Sul, que desde 1994 acontece regularmente nos anos pares. A Fenavinho, apesar de no passado ter sofrido várias mudanças na periodicidade, se mantinha em anos ímpares desde 2005.

Contatado por telefone, o presidente do evento, João Strapazzon – que também comandou a edição de 2011 – não adiantou nenhuma ação da diretoria. Segundo ele, pelo menos mais três reuniões serão realizadas nas próximas semanas e, após os encontros, os organizadores pretendem falar a respeito.

Nos últimos dois anos, a Fenavinho encarou cobranças públicas de dívidas acumuladas com fornecedores e até artistas que participaram do espetáculo cênico projetado para ser uma de suas principais atrações. Em março, foi tema de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores, que apontou débitos que superavam R$ 1 milhão.

“Ela nunca será feira”

Para o prefeito Guilherme Pasin, a decisão mais importante a ser tomada pela diretoria da Fenavinho é a definição de um conceito a ser adotado pela organização. Por mais que, pelo fato de se tratar de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a prefeitura não possa interferir nos rumos do evento, o chefe do Executivo municipal acredita que a ideia de uma verdadeira festa deva ser retomada. “Vender um projeto para as vinícolas dizendo que irão ganhar dinheiro na Fenavinho é mentir para elas e fazer com que participem apenas uma vez. Elas vão fomentar o consumo do vinho, mostrar que a bebida produzida no Brasil e, principalmente em Bento, tem uma extrema qualidade. Não é uma feira de consumo. É preciso entender que nunca será feira. O comércio é consequência da festa”, afirma.

Uma das sugestões do prefeito é a aproximação com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), como forma de compreender e adotar um modelo semelhante ao explorado pela entidade para a promoção da bebida símbolo de Bento Gonçalves. “A Fenavinho tem que divulgar o vinho de Bento como o Ibravin faz brilhantemente com os “Vinhos do Brasil”. Não se vê o Ibravin vendendo vinho, ele divulga”, ressalta.

Por fim, Pasin destaca que o Poder Público aguarda uma manifestação da diretoria, mas que ainda não recebeu respostas sobre a realização da 16ª edição. “Nós conversamos no início deste ano, motivei para que a coisa acontecesse, mas ainda não veio uma confirmação. Gostaria, sim, de poder dizer que ano que vem vai ter a Fenavinho, mas não cabe a mim. A gente ajuda e vai ajudar, inclusive na busca por recursos. Agora, temos que quebrar o paradigma que um evento só dá certo se for financiado pelo Poder Público. Ao município cabe auxiliar. A gente fomenta, mas tem que partir da Fenavinho”, conclui o prefeito.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr. e Raquel Konrad


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